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Governo anuncia acordo mas paralisação continua em todo o PR

Representantes dos motoristas autônomos de Ponta Grossa informaram na manhã desta sexta-feira (25) que não aceitam o acordo de redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias prometida pelo governo federal e alegam que a paralisação continua por tempo indeterminado.

Já passava das 21 horas de quinta-feira (24), quando começaram a circular as informações de que o movimento grevista dos caminhoneiros havia entrado em acordo com o governo federal, suspendendo as paralisações por 15 dias. A decisão não foi unânime, e um dos representantes de entidades nem quis ficar até o fim da reunião.

Das onze entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros, que participaram do encontro, uma delas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil caminhoneiros, recusou a proposta. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião no meio da tarde e disse que continuará parado. “Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”, disse Lopes. Além da Abcam, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) também optou por não assinar o acordo. Com isso, a paralisação pode continuar, mesmo tendo um acordo entre a maioria das entidades representadas no acordo.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Valter Casimiro (Transportes), além do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, se sentaram à mesa com representantes dos caminhoneiros decididos a ter um respiro na paralisação, que afeta distribuição de produtos em todo o país. Os ministros entendem que o governo e a Petrobras têm mostrado iniciativa suficiente.

Na proposta, em troca da suspensão da paralisação, a Petrobras prometeu manter a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por um mês enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. Outra promessa foi de que a Petrobrás manteve o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias seriam patrocinados pela União.

"Nós não aceitamos. O governo federal quer tirar apenas a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) e não quer retirar o PIS/Cofins em cima do óleo diesel. Nós queremos alíquota zero no combustível. Quando houver um acordo, o presidente Michel Temer (MDB) deverá anunciar em rede nacional e publicar em Diário Oficial. Só assim colocaremos um fim na paralisação", alegou Emerson Bahls, representante dos motoristas autônomos de Ponta Grossa.

A paralisação continua em 67 pontos de bloqueio nas rodovias do Paraná. Em Ponta Grossa, são aproximadamente três mil manifestantes, entre caminhoneiros, agricultores, transportadores, Uber, motoboys, empresas e oficinas.

 

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