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“Campos Gerais podem diversificar mais a sua agropecuária”, avalia Ortigara

Destaque estadual na produção de grãos e madeira, referência nacional em leite e com a suinocultura em ritmo de crescimento, os Campos Gerais podem diversificar mais a sua agropecuária, principalmente nas pequenas propriedades rurais. Essa é a avaliação do secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, que concedeu uma entrevista ao Diário dos Campos nesta sexta-feira (10).

“É aquilo que a gente chama de densidade de renda, ou seja, ter várias rendas por unidade cultivada. O pequeno agricultor, por mais que ele seja muito eficiente, se ele tiver 5 ou 10 alqueires de soja vai sobrar pouco dinheiro no bolso, mesmo o preço estando bom e beirando os R$ 100 por saca. Ele deve buscar coisas que façam sobrar ainda mais”, analisa o secretário estadual.

Seguindo nesta linha, Ortigara sugere a olericultura, ou seja, cultivo de legumes, como uma opção de renda e diversificação de produção. “A região dos Campos Gerais precisa ser menos dependente da busca externa de hortifrúti, por exemplo. É uma área que tem um peso importante na economia paranaense, que produz um milhão e meio de tonelada, mas poderia ser muito mais. A olericultura se faz em um espaço pequeno, ambiente controlado e céu aberto, e já há uma bela iniciativa na região de produzir especialmente alface e tomate em larga escala”, afirma o gestor público.

“As pequenas propriedades devem aproveitar os mercados institucionais, como a alimentação escolar, que vai crescer e chegar a ser 100% orgânica até 2030. Durante essa pandemia o Estado também tem feito compras diretas da agricultura familiar de mais R$ 20 milhões, enviando alimentos gratuitamente para asilos, hospitais, CRAS, CREAS… esse conjunto de forças que se ocupa de cuidar de pessoas vulneráveis é uma possibilidade para a região”, aponta Norberto Ortigara.

Pecuária

O secretário paranaense de Agricultura também ressalta o potencial dos municípios próximos à Ponta Grossa na suinocultura e na psicultura, além da produção leiteira. “Eu acho que os Campos Gerais vão crescer ais em suinocultura. Temos que habilitar as três cooperativas de Castro para entrar no mercado chinês e também está sendo feito um esforço para botar a perna fora do Brasil nos lácteos, que podem acompanhar as carnes, de porco, boi e frango que já são importantes no Paraná”, lembra.

“O peixe está vindo: o Paraná lidera a produção de peixe de cultivo no Brasil e das mais de 150 mil toneladas por ano, 146 mil são de tilápia, que está ganhando conversão alimentar, mais corpo e peso com menos ração, como o frango fez. Logo vai ser uma proteína importante no conjunto de coisas que se exportam e os Campos Gerais discutem a possibilidade desse cultivo qualificado”, diz Ortigara.

O representante do setor também cita a produção madeireira, lembrando do investimento bilionário que a Klabin está fazendo na região. “A madeira gera noventa mil empregos diretos no estado, mais de trezentos mil indiretos. A indústria passou a exportar coisas que importava, como um tipo de celulose que se usa para fazer absorvente e fraldas, por exemplo. É um conjunto de atividades que faz crescer ainda mais a relevância do agro, que gera oportunidades nas cidades e empregos nas indústrias”, conclui Norberto Ortigara.

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