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Cartas para o Papai Noel se espalham e comovem PG

A figura do Papai Noel continua encantando crianças, com a aproximação de mais um período de festas. Mas a chegada do final de ano também reacende a esperança de dias melhores para muitos adultos, que contam com a solidariedade de estranhos para viverem a chamada magia do Natal.

Na tarde da última segunda-feira (18), uma cartinha escrita em letras graúdas e endereçada ao bom velhinho tremulava ao vento, presa pelo limpador de para brisa de um automóvel estacionado em via pública.

“Para o querido Papai Noel: eu me chamo Nadir. Sou de idade, (…) e neste Natal eu gostaria de ganhar uma cesta básica, e carne, e refrigerante. Pois eu cato papelão e ganho pouco. Se puder me ajudar, eu vou ficar feliz, e que Deus Abençoe. Feliz Natal!!!”

A carta era de Nadir Fernandes, 63 anos, moradora de uma casa modesta perto de arroio no bairro Órfãs, em Ponta Grossa. Mas, Nadir não sabe escrever. Foi a neta, Talita, quem decidiu escrever. “Costumo fazer cartinha assim para as crianças, mas neste ano decidir escrever uma para minha avó”, contou.

Nadir é um dessas pessoas que trabalhou a vida toda sob o sol forte, e ainda hoje luta contra as dores de coluna e a bronquite asmática, separando lixo para ter o suficiente para sobreviver. É preciso juntar muito papelão e garrafas PET para conseguir R$ 300 para comprar uma cesta básica. “Quando compro uma dessas, preciso pagar em quatro vezes”, diz, revelando que recebe menos que um salário-mínimo por mês. Enquanto espera por uma casa fornecida pela Prolar, ela sonha com um guarda-louças e uma pia, para manter no capricho o pouco que tem. Quem quiser conhecê-la melhor e tornar seu Natal diferente, pode entrar em contato com sua neta pelo telefone 99917-9840.


 

 

Folhas avulsas

Histórias como a de Nadir se espalham em folhas arrancadas de cadernos escolares, e se misturam aos pedidos de bonecas e carrinhos, sob pinheirinhos enfeitados em supermercados e lojas de departamentos. São cartas escritas por quem acredita que Papai Noel não é uma pessoa em específico, mas qualquer outra com condições e disposta a ajudar o próximo. Se você não reparou, experimente pegar uma dessas para ler. Em meio aos pedidos de brinquedos, sempre há aqueles que não pedem muito mais que uma refeição melhor.

 

Papai Noel dos Correios

Na agência de Correios da rua Augusto Ribas ainda estão as tradicionais cartinhas, escritas por crianças e deixadas à mostra para serem adotadas por quem quiser fazer parte do trabalho do Papai Noel. É a campanha Papai Noel dos Correios. Mas os pedidos são em grande volume e, até poucos anos atrás, acabavam sendo encontrados, também, pedidos de adultos. Eles aproveitavam a distração dos funcionários e colocavam as cartinhas em meio às escritas pelas crianças. A gerente da agência, Vanessa Francine Pitela, explica que foi preciso organizar melhor o programa. “Hoje fazemos um cadastro, e não pegamos cartas de adultos. Senão, a gente não dá conta, e a ideia é não deixar ninguém sem presente”, explica Vanessa. A campanha é voltada para alunos de escolas municipais e crianças da comunidade.

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