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Casos de violência contra a mulher crescem em Ponta Grossa

O juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Ponta Grossa está participando da Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa. Diversas atividades serão realizadas até a sexta-feira 23, enfatizando o problema da violência contra a mulher que, em Ponta Grossa, vem aumentando nos últimos anos.

De acordo com estatísticas divulgadas pelo Serviço Social do referido juizado, desde sua criação, em 2014, o número de casos judicializados de solicitação de medidas protetivas aumentou 277% no município. Naquele ano, foram verificados 256 casos. Quatro anos depois, em 2018, foram 1.080 processos dessa natureza.

O número é considerado alto, especialmente se for considerado que se refere apenas aos casos que foram levados a representação criminal. Por meio do relatório de 2018, é possível notar que a região de maior incidência desse crime foi o bairro Contorno, com um caso para cada 95 mulheres, seguido do bairro Neves (um para cada 109,5), Uvaranas (um para cada 110,5), Boa Vista (um para cada 134,2) e Nova Rússia (um para cada 136,5 mulheres).

A maioria das mulheres se declarou solteira e tendo, pelo menos, um filho. As faixas etárias das vítimas variou, mas predominaram as com idade entre 25 e 35 anos. Mais da metades delas não possui vínculo de trabalho ou trabalha na informalidade, apontando que a dependência econômica pode ser um dos fatores envolvidos na violência em casa.

Embora a violência física seja aquela mais comumente relacionada à violência contra a mulher, a violência psicológica apareceu em maior percentual em 2014, seguida da física e da sexual. Em 2018, as violências moral e patrimonial passaram a ser observadas.

 

Vários tipos

A juíza Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral esteve presente, na tarde desta segunda-feira (19), à abertura de uma exposição de pinturas que retratam os cinco tipos de violência contra a mulher. O evento foi no fórum de Ponta Grossa. “É uma forma de mostrar que, nem sempre, temos a violência física nesses casos. Existem, também, a patrimonial, a psicológica, a sexual e a moral. E isso pode estar relacionado em relacionamentos de namoro e união estável”, lembrou, destacando que a abrangência é maior do que se pensa.

 

Exposição

O artista plástico Jailson Nascimento, nessa primeira exposição individual, realizou pesquisa profunda sobre o tema, sobre a legislação e os relatos de vítimas, para compor suas obras. “É um estilo no qual eu já vinha trabalhando, e que usei para sintetizar, nas telas, os sentimentos envolvidos nos vários tipos de violência contra a mulher”, diz. A exposição fica aberta à comunidade até sexta-feira (23), no saguão de entrada do Fórum de Ponta Grossa. Ao longo da semana, haverá diversas outras atividades voltadas ao tema, também em escolas.

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