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“Chegou um novo momento para o Paraná”, destaca Ratinho Junior

No último domingo (7), Ratinho Junior (PSD) foi eleito governador do Paraná com 3.210.712 votos, conquistando a vitória ainda no primeiro turno das eleições. 
Nascido em Jandaia do Sul, norte central do Paraná, o próximo governador é formado em marketing e propaganda e começou sua vida política em 2002, quando foi eleito deputado estadual. Ocupou duas vezes mandato de deputado federal e em 2012 foi candidato a prefeito de Curitiba, perdendo a eleição no segundo turno. Em 2014, elegeu-se novamente a deputado estadual. Além disso, entre 2015 e 2017 foi secretário estadual do Desenvolvimento Urbano. 
Aos 37 anos, Ratinho Junior assumirá o governo do estado em 2019 com o compromisso de fazer uma "política de união" para promover os avanços necessários ao estado. Confira a entrevista à Associação dos Diários do Interior (ADI Paraná).

Associação dos Diários do Interior – Como o senhor se sente ao ser eleito já no primeiro turno?
Ratinho Junior – Eu tenho que expressar a minha gratidão ao povo do Paraná. Eu me preparei para uma disputa em dois turnos, mas pelo modo com que fui recebido nesta campanha fui sentindo que teria chance de consolidar a vitória no primeiro turno. Fiquei muito feliz com a votação expressiva, pois não acontecia uma totalidade de votos deste porte há mais de 30 anos no Paraná.

ADI – Ao que o senhor credita esta votação?
R.J. – Às minhas propostas de governo, ao modelo de gestão que prego. O Brasil deu um recado aos políticos tradicionais, para aqueles que vivem de política: o povo não quer mais a velha política, quer transparência, quer acima de tudo o político ouvidor, quer o combate à corrupção e uma boa gestão pública.

ADI – A composição da Assembleia do Paraná vai favorecer a sua atuação como governador?
R.J. – Eu acredito que sim, conheço uma grande parte dos deputados e houve uma renovação na assembleia com bons quadros políticos. Nosso interesse é apresentar bons projetos e creio que os deputados irão querer colaborar com o governo, porque temos um objetivo comum, todos buscamos o melhor para o Paraná.

ADI – Como será a sua relação com os municípios?
R.J. – Eu tenho consciência do momento em que estamos vivendo por falta de diálogo entre os governos e entre os políticos. O Paraná já sofre demais com brigas políticas, nos vinte, trinta anos, senadores não falavam com governador, governador não falava com a bancada de deputados. Eu quero acabar com isso. Eu tenho a missão de fazer uma política de união. Eu fui secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado e conheço os municípios e suas necessidades, vou conversar com os prefeitos e vamos trabalhar juntos pelo povo do Paraná.

ADI – Como o senhor irá articular o seu trabalho com o dos dois senadores eleitos?
R.J. – Eu tenho a missão de fazer uma política de união. Vou procurá-los já nos próximos dias para conversarmos. Me relaciono muito bem com o professor Oriovisto e com o senador Flávio Arns e acho que chegou um novo momento para o Paraná, pois em Brasília é força política que funciona, sei disso pois vivi lá, já fui deputado federal. Eu quero estar em Brasília a cada 30, 40 dias para me reunir com a nossa bancada federal, ir aos ministérios junto com nossos representantes na Câmara Federal e com nossos senadores. Vamos trazer mais recursos federais para o nosso estado aos nos reunirmos com os ministros juntos, 30 deputados, 2 senadores. Isso tem peso político.

ADI – O que o senhor planeja para a área de infraestrutura do estado?
R.J. – O Paraná nunca teve um Plano Diretor de Infraestrutura, temos que reunir engenheiros, arquitetos e técnicos para projetar o Paraná para daqui a vinte anos. Nosso agronegócio vem dobrando de tamanho a cada dez anos, para escoar essa produção, temos que recuperar a capacidade de modernizar as rodovias, pensar as linhas férreas para daqui a dez, vinte anos. Em infraestrutura as obras são todas muito complexas, temos que fazer parcerias com a iniciativa privada, de uma maneira transparente, com preço justo. Eu defendo licitações internacionais pois existe muito dinheiro no mundo para investimentos, o que temos que ter é bons projetos.

ADI – Como será formada a sua equipe de governo? Quais os critérios que o senhor irá utilizar para formar a sua equipe de secretários?
R.J. – Vou exigir capacidade técnica, em especial nas estatais, nas quais temos que ter bons executivos. Nos cargos de secretários, temos que mesclar talento político e talento técnico, e para isso nós temos bons quadros. O que temos que buscar é seriedade e competência.

ADI – O que o senhor irá fazer para reduzir a sensação de insegurança da população?
R.J. – Segurança pública se faz com presença física de policiais nas ruas, viaturas rodando, isso dá segurança para as pessoas. Vou contratar periodicamente policiais de modo a manter os quadros da segurança pública adequados às necessidades. Vamos implantar o projeto Olho Vivo, que são centrais de monitoramento regionais para apoio ao trabalho da polícia. Vamos colocar nas nossas fronteiras tecnologia para identificar a entrada e saída de carros de outros estados e países vizinhos com o Projeto Muralha, porque hoje 80% das armas usadas pelo crime organizado entram pelas estradas do Paraná. E vou criar a Cidade da Polícia, um centro de planejamento e inteligência de Segurança Pública do Paraná, com a integração das Polícias Civil e Militar, a Polícia Rodoviária, as Polícias Federais, Bombeiros e até o Exército.

ADI – Como o senhor pretende atender as demandas de saúde pública?
R.J. – Vamos colaborar com os municípios com apoio para a qualificação permanente dos profissionais de saúde, pois as prefeituras têm dificuldade em investir em treinamento para melhoria do serviço público de saúde de atenção primária, ou seja, para que os atendimentos nos postinhos de saúde sejam feitos da melhor forma possível e se possa fazer uma melhor prevenção das doenças, principalmente as crônicas.  Vamos fortalecer consórcios regionais, para o atendimento de exames e consultas de média complexidade mais perto do domicílio do paciente, e vamos fazer parcerias com os hospitais filantrópicos e Santas Casas que atualmente já fazem 60% dos atendimentos em nosso estado. 

ADI – Em qual área que o senhor pretende deixar a sua marca?
R.J. – Na educação. Não há como dar um salto qualitativo em qualquer sociedade sem alavancar a educação. Vamos dar três refeições para os alunos porque uma pessoa com fome não se concentra, não aprende, e há ainda muitas crianças que vão para a escola com fome e que não têm o que comer quando voltam para casa. Educação será prioridade no meu governo e nós vamos estimular os alunos oferecendo aos melhores alunos de cada escola um intercâmbio internacional, pois queremos jovens com visão de mundo para que voltem e possam influenciar os seus colegas, a sua comunidade e a sociedade. 

ADI – Como será a transição?
R.J. – Já conversei com a governadora Cida Borghetti e ela muito gentilmente se colocou à disposição para isso. Na próxima semana vamos agendar uma reunião para montar um grupo de trabalho. Vamos nos ater principalmente na área de finanças, verificar os compromissos que o governo do Paraná tem para com seus fornecedores para que possamos, em janeiro, entrar em ação, organizando a máquina governamental, fazendo os cortes que entendemos necessários e já podermos colocar em prática os programas que prometemos aos paranaenses.
 

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