A 11 dias do segundo turno das eleições que definirá quem será o próximo presidente da República, apoiadores dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), intensificam campanha em Ponta Grossa.
Integrantes do comitê de Bolsonaro e simpatizantes do candidato realizam ações diariamente nos bairros da cidade, através de minicarreatas; ontem, conforme Cleverson Oberg, o trabalho foi realizado na região de Uvaranas, no Residencial Londres e Jardim Panamá. O comitê suprapartidário em apoio ao candidato, localizado na rua Ernesto Vilela, conta com cerca de 50 pessoas que participam diariamente das ações, mais os voluntários ocasionais.
Sem uma coordenação específica, o comitê é formado por voluntários – grande parte não filiada a partidos políticos – que definem juntos as estratégias a serem adotadas na reta final da campanha. Segundo um dos integrantes e porta-voz do comitê, Helenton Fonseca, o Tito, a discussão nestas eleições não significa apenas a escolha entre candidatos, mas projetos futuros para o Brasil. "Defendemos Bolsonaro, porque para nós ele representa muito mais que um candidato, é uma ideia", frisa, em visita ao Diário dos Campos, acompanhado por outros integrantes do comitê, para explicar o trabalho que vem sendo realizado.
Entre as ações programadas para os próximos dias, o comitê prepara para domingo (21), uma passeata pelo centro da cidade, com apoio dos movimentos Vem pra rua e Movimento Brasil Livre (MBL). A concentração está marcada para as 17 horas, na praça Barão de Guaraúana e segue pela avenida Vicente Machado até o Parque Ambiental, onde acontece ato cívico. Para o dia 27, véspera das eleições, o grupo planeja nova ação pelas ruas centrais da cidade. "Fazemos reuniões três vezes por semana para definir ações, eventos que vamos realizar. Provavelmente, na próxima semana teremos mais ações", adianta Adriana Cristina Pereira.
Ações também devem ser intensificadas na região. Reunião realizada na noite de ontem, em Castro, definiria ações que seriam realizadas em cidades da região, conforme explica Keyla Avila. "Eleitores que no primeiro turno votaram em outros candidatos e agora apoiam o Bolsonaro estão vindo para a campanha com muito entusiasmo, e isso mantém o ritmo", completa Mauricio Podolan. Cleiton Emanuel Pereira destaca ainda que além dos grandes atos públicos até o final da campanha, os 'adesivaços' pelo centro da cidade continuam.
Sem local fixo para concentrar os trabalhos, militantes e apoiadores de Fernando Haddad contam com agenda diária de atividades; os encontros são programados através das redes sociais e as reuniões acontecem em locais como a sede da APP-Sindicato, entre outros espaços de apoio do partido.
Andrea Marques, uma das integrantes do comitê, explica que as ações estão concentradas nos bairros da cidade, no contato direto com o eleitor, focando principalmente as pessoas que ainda não decidiram em quem votar. Segundo Andrea, cerca de 200 pessoas participam ativamente das ações promovidas pelo comitê suprapartidário.
Presidente do PT em Ponta Grossa, Roselia Ribeiro explica que os apoiadores estão se organizando em grupos de diversas lideranças, sindicais e estudantis, "mas não com realização de grandes passeatas. Na campanha do segundo turno, visto que é muito rápida, o foco é mais no corpo a corpo, na conversa com as pessoas", frisa.
Campanhas tentam o voto dos eleitores que votaram nulo ou branco
O foco das duas coligações tem sido os eleitores que votaram nulo ou branco no primeiro turno das eleições. Em Ponta Grossa, no primeiro turno, foram mais de seis mil votos brancos e quase nove mil votos nulos para presidente, representando, respectivamente, 3,20% e 4,34%, respectivamente. No primeiro turno, Bolsonaro teve 59,96% dos votos válidos em Ponta Grossa, o que representa 112.345 votos – e Haddad somou 12,01%, 22.496 votos. Além dos eleitores que votaram branco ou nulo, as coligações tentam atrair para seus candidatos os mais de 52 mil eleitores que votaram em outros candidatos no primeiro turno.
