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Com Marta e Cristiane anuladas, Brasil perde disputa pelo bronze

Ricardo Stuckert
A seleção feminina deu adeus a chance de medalha nas Olimpíadas Rio 2016

A seleção brasileira perdeu por 2 a 1 para o Canadá nesta sexta-feira (19), no Itaquerão, e terminou o torneio feminino de futebol da Rio-2016 na quarta colocação, deixando a equipe da América do Norte com a medalha de bronze.

Em Londres-2012, as brasileiras foram eliminadas nas quartas de final e em Pequim-2008 e Atenas-2004 ficaram com a medalha de prata. Já as canadenses repetem o desempenho que tiveram há quatro anos. O Brasil perdeu para uma equipe que mostrou muito mais organização tática. Desde os primeiros minutos, ficou clara a estratégia canadense de dobrar a marcação em Marta e Cristiane, principais referências técnicas do Brasil, e avançar por meio de contra-ataques ou com base na troca de passes curtos e rasteiros, sempre com as atletas próximas.


Mesmo com a atenção especial das rivais, o Brasil insistiu em apostar em Marta e Cristiane. A estratégia provou-se errada, com muitos passes perdidos e desarmes constantes.
A lateral direita Fabiana colocou-se como opção constante na frente, mas poucos ataques prosperaram. Depois de aplicarem a primeira finta, invariavelmente as melhores jogadoras eram paradas com tomadas de bola ou mesmo faltas.


Espalhadas com distância no gramado, as jogadoras deram a posse de bola às canadenses com frequência. Também por falha do técnico Vadão, a equipe brasileira mostrou repertório tático restrito para contornar a organizada defesa canadense.
Aos 25 minutos do primeiro tempo, em contra-ataque muito veloz, a defensora Lawrence disparou, ganhou de Fabiana na corrida e passou para a atacante Rose apenas empurrar para a rede.


No intervalo, Vadão colocou Debinha no lugar de Cristiane, que mostrou que ainda não está em sua plena forma física após a lesão que a tirou dos últimos jogos.
Voluntariosas, as brasileiras jogavam ao ritmo das arquibancadas quase lotadas do Itaquerão, atirando-se em carrinhos e correndo atrás de bolas virtualmente perdidas. Mas a dispersão tática bloqueava ambições maiores.
Forte, a centroavante Bia dominava a bola na entrada da área e não encontrava companheiras para tabelar. Os lançamentos de Formiga saíram quase todos pela linha de fundo.


Sem armar uma retranca ostensiva como a da Suécia contra o Brasil na semifinal, o Canadá conseguiu ter mais efetividade em seus contra-ataques do que o time da casa.
Aos sete minutos do segundo tempo, Rose aplicou belo drible na lateral de campo e cruzou para Sinclair fazer o segundo gol da partida e o seu 165o pela seleção canadense.
Nos últimos 20 minutos, empurradas pela torcida, as brasileiras tentavam abrir espaço na defesa adversária à base de passes forçados e ombradas, além de chutes de longuíssima distância.


Aos 33 minutos, o desespero deu resultado. Érika desviou um cruzamento e a bola sobrou para Bia, que girou sobre a zagueira e Zadorsky e diminuiu a desvantagem.
No fim, apesar das muitas tentativas na base da emoção e do barulho imenso na Arena Corinthians, a vitória ficou com a equipe que foi taticamente superior. Após o apito final, as brasileiras foram muito aplaudidas por todos os presentes, e então dirigiram-se ao centro do gramado para também bater palmas para os torcedores.

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