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Concessionárias investem 122% a mais por km do que a gestão federal

A diferença discrepante entre investimento público e privado nas rodovias brasileiras é um dos pontos identificados pelo estudo Transporte Rodoviário – Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos, divulgado pela CNT no dia 10 de agosto. O estudo avaliou os investimentos entre os anos de 2004 e 2016 e mostrou que os recursos privados, por quilômetro, representam mais do que o dobro dos públicos.


Em 2013, as concessionárias brasileiras investiram, por quilômetro, o maior montante no período: R$ 447,00 mil. Em 2016, houve redução para R$ 354,46 mil. Ainda assim, o valor é 122,1% maior do que o recebido pelas rodovias federais geridas pela União em 2016: R$ 159,60 mil por km.

 

Arquivo DC
Rodovias pedagiadas recebem muito mais investimento do que as públicas

“Esse é um bom parâmetro de comparação. Esse investimento das concessionárias faz com que o nível de qualidade seja significativamente superior ao das rodovias mantidas pelo poder público”, afirma o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. Na edição de 2016 da Pesquisa CNT de Rodovias, a extensão concessionada com estado geral classificado como ótimo ou bom foi de 78,7%. Nas federais sob gestão pública, foi de 42,7%. 

O novo estudo da CNT mostra que, desde a década de 1990, o país adotou a alternativa de participação da iniciativa privada no provimento da infraestrutura de transporte via concessões. De 2004 a 2016, foram investidos R$ 49,96 bilhões pelas concessionárias.

Só em 2016, o investimento privado foi de R$ 6,75 bilhões em 19.031 km. Nesse mesmo ano, as rodovias públicas federais receberam R$ 8,61 bilhões para investir em mais que o dobro da extensão, 53.943 km. A análise evolutiva mostra que o volume anual de aportes acompanhou a expansão do programa de concessões rodoviárias. Apesar disso, o valor investido (por km de rodovia concedida), que apresentou incrementos consecutivos entre 2004 e 2013, registrou retração entre 2014 e 2016. 

Segundo o estudo, esse resultado se deve, além da crise econômica, às dificuldades enfrentadas pelas novas concessionárias. Entre elas, a CNT destaca o financiamento das obras devido às mudanças na política econômica governamental (principalmente do BNDES).

 

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