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Crea-PR alerta sobre a importância do planejamento correto

A região sul do Brasil desponta no cenário brasileiro – e até mundial – de construções sustentáveis. Nos últimos cinco anos, a quantidade de edifícios “verdes” cresceu 79,6%, sendo que, somente Curitiba, corresponde a 36,5% desse aumento, com 22 edifícios com a certificação LEED (em inglês: Leadership in Energy and Environmental Design). Os dados são do Green Building Council (GBC), organização não governamental sem fins lucrativos que faz parte de uma rede global que direciona o mercado da construção civil em prol da sustentabilidade, e também responsável por emitir a certificação.  

Contudo, alerta o engenheiro civil e assessor parlamentar do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) Euclésio Finatti, apesar de o Brasil se destacar na busca de edificações sustentáveis, na prática, boa parte destes empreendimentos apresenta desempenho abaixo do esperado durante a etapa de uso e operação, que representa 75% dos impactos da vida útil de um edifício. “Um dos motivos é a falta de um planejamento correto de todas as etapas da construção de um edifício. Por isso, é de extrema importância que os engenheiros entendam e passem a utilizar a metodologia BIM”, aconselha.

Do inglês Building Information Modeling, que significa Modelagem da Informação da Construção, BIM é um conjunto de processos e fluxos de trabalho integrados que reúnem informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício. Com suas ferramentas digitais é possível criar um modelo 3D virtual mais preciso da edificação, mais fiéis ao produto final, o que auxilia na análise e controle.

“Os profissionais que, no máximo em dez anos, não dominarem esses recursos, estarão fora do mercado, até porque, já tramita em várias cidades brasileiras projetos de lei que buscam estabelecer que todas as obras em execução tenham que empregar, obrigatoriamente, critérios de sustentabilidade ambiental e eficiência energética, como economia e reuso de água, gestão de resíduos sólidos, permeabilidade do solo e uso de energia solar e de telhados verdes”, adverte.

Economia: da obra à manutenção 

Até poucos anos atrás, construir uma edificação ambientalmente sustentável tinha um custo relativamente alto, que precisava ser repassado ao consumidor na hora da venda do imóvel. Porém, com o desenvolvimento de novas soluções e tecnologias para o mercado de construção, o preço atual de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis gera um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional. E o melhor: sua utilização pode representar uma economia de, no mínimo, 30% de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel, podendo chegar a mais de 70%.

 “Um sistema de aquecimento solar, por exemplo, se instalado em boas condições de orientação das placas, pode ser pago, pela economia que gera, em apenas um ano de uso. Edifícios que empregam sistema de reuso de água (a água dos chuveiros e lavatórios, após tratamento, volta para abastecer os sanitários e as torneiras das áreas comuns) podem ter uma economia de água da ordem de 35%”, explica Finatti.

 

LEED

O Brasil ocupa o 4º. lugar no ranking de países com mais edificações com certificados sustentáveis (certificação LEED). São 1.308 projetos registrados e destes, 504 certificados. Do inglês Leadership in Energy and Environmental Design, é uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela Organização não governamental americana U.S. Green Building Council (USGBC), de acordo com os critérios de racionalização de recursos naturais. Isso significa dizer que tais construções procuraram, durante toda sua produção e pós-construção, amenizar os impactos à natureza, reduzindo o máximo possível os resíduos e utilizando com eficiência os materiais e bens naturais, como água e energia. No Brasil, o representante oficial do LEED é o Green Building Council (GBC) Brasil.

 

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