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“Deixo o governo orgulhoso do que fizemos”, diz Beto Richa 

Como já era esperado, o governador Beto Richa (PSDB) deixará o cargo na próxima sexta-feira (6) para disputar uma vaga ao Senado. Isso porque a legislação eleitoral determina que 7 de abril é o prazo final de desincompatibilização de cargo para quem vai concorrer a um mandato eletivo nas eleições de outubro.

O comunicado foi feito em reunião administrativa com secretários e gestores de empresas, autarquias e outros órgãos do Estado, no Palácio Iguaçu, no início desta semana. E, com a saída de Beto Richa, a vice-governadora Cida Borghetti (PP) assume o Poder Executivo a partir do dia 07 de abril. Cida Borghetti, por sua vez, é pré-candidata a governadora do Paraná.

Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, Richa apresenta um balanço dos mais de sete anos à frente do Executivo Estadual. Para o governador, a situação do Paraná está muito melhor se comparado a 2011, quando ele assumiu. Quanto ao processo eleitora, Richa destaca que, caso seja eleito, será um representante efetivo do Paraná. Sobre as eleições estaduais, no entanto, ele ainda evita de falar sobre alianças. Confira a entrevista.

Diário dos Campos – Qual avaliação que o senhor faz dos mais de sete anos de seu mandato? Em quais áreas o Estado mais cresceu e se desenvolveu?

Beto Richa – Vou deixar o governo de cabeça erguida e orgulhoso do que fizemos em favor dos paranaenses. Minha convicção é de que cumpri com a minha obrigação enquanto gestor público. Trabalhamos com dedicação e seriedade para não decepcionar ninguém. Hoje, em todos os setores, o Paraná merece destaque nacional. Realizamos muito na nossa administração, desde 2011. Qualquer pessoa que queira comparar a minha gestão com a do meu antecessor vai ver que deixamos o Estado numa situação muito, mas muito melhor. Contas públicas em dia, uma enorme redução da dívida, valorização do servidor, recursos garantidos para investimentos, obras acontecendo em todas as regiões, crescimento econômico acima da média nacional, taxa de desemprego entre as menores do Brasil e 90% das novas oportunidades de trabalho abertas no interior do Estado. Reduzimos a miséria em 57%, reduzimos a mortalidade materna em 47%, reduzimos a mortalidade infantil em 15%, reduzimos o índice de homicídios em 33%, a menor taxa em uma década. Ampliamos os investimentos na rede pública de ensino, que hoje recebe 36% das receitas de impostos. Investimos muito em infraestrutura. Um exemplo ilustra o quanto avançamos neste setor: o embarque de grãos pelo Porto de Paranaguá aumentou 45% com a modernização dos serviços e da estrutura e as filas de caminhões foram zeradas. O total de carga movimentada saiu de 36 milhões de toneladas, em 2010, para 51,5 milhões de toneladas no ano passado.

D.C- Sabemos que o ajuste fiscal foi fundamental para estes avanços, mas naquele momento foi uma medida muito impopular. Valeu a pena? Hoje a população consegue sentir no dia a dia os benefícios da medida?

B.R. – O Paraná fez a lição de casa. Temos uma situação fiscal e financeira privilegiadíssima e quem colhe os frutos são todos os paranaenses. Adotamos as medidas de ajuste pensando em proteger o Estado da grave crise que afetou o país. Começamos antes dos demais estados brasileiros, ainda em 2014. A situação era difícil e jamais pensei em popularidade no momento de tomar as decisões que adotei. Não faço populismo fiscal ou demagogia. Sabia que perderia aprovação, mas também tinha convicção de que os paranaenses saberiam entender, no momento certo, a razão das medidas. Hoje, o nosso Estado serve como exemplo para o Brasil. O caixa equilibrado nos permite realizar investimentos que somaram R$ 6,8 bilhões no ano passado. Para 2018, a projeção é de R$ 8,4 bilhões. Isso é fruto da responsabilidade e da austeridade com que cuidamos das contas públicas. Sei que a sociedade deu sua parcela de contribuição para o sucesso do ajuste e estamos retribuindo isso com muitas obras e melhoria dos serviços públicos.

D.C. – Em que situação o senhor deixa o governo em relação a obras e projetos?

B.R. – Reafirmo que alcançamos incomparáveis avanços sociais e econômicos e me orgulha dizer que fizemos um governo que garantiu mais qualidade de vida para os paranaenses. Transformamos o Estado o Paraná em um canteiro de obras e um dos estados mais competitivos do país. Neste ano e no próximo, o governo que me sucederá terá dezenas de grandes obras para inaugurar em razão dos projetos que iniciamos. Cito os hospitais regionais de Guarapuava e Ivaiporã. Em saneamento, planejamos R$ 5,6 bilhões, entre 2018 e 2022. No setor elétrico, temos R$ 3 bilhões sendo executados. Em estradas e logística são R$ 1,4 bilhão em obras novas, sem falar nos recursos para conservação e recuperação de rodovias estaduais. Aqui quero dar um exemplo emblemático: estamos tirando do isolamento os municípios de Mato Rico, no Centro do Estado, e Coronel Domingos Soares, no Sudoeste. Até hoje, as duas cidades só têm acesso por estrada de terra. A pavimentação das estradas já está autorizada e as obras devem ficar prontas no próximo ano.

D. C. – Quais as áreas em que ainda é preciso avançar?

B.R. – Acredito que cada governante tem que fazer a sua parte para que o Estado cresça, para que as pessoas prosperem e melhorem as condições de vida, para que as oportunidades de progredir apareçam para todos. Neste sentido, tudo que for aperfeiçoado, melhorado, ampliado é importante. Penso que é preciso dar sequência aos bons projetos, como fizemos na minha gestão, para que as conquistas não se percam. Administrar uma cidade ou o Estado é difícil, mas o foco tem que ser nas pessoas, principalmente naquelas que mais precisam do poder público.

D. C. – Ao anunciar sua desincompatibilização, o senhor e a vice-governadora Cida Borghetti destacaram que o governo dela, que segue até 31 de dezembro, será de continuidade. Neste sentido, qual deve ser o foco do trabalho dela daqui até o final do mandato?

B.R. – Cida é capaz e responsável. Ela teve participação efetiva na nossa administração e acredito que estou deixando o Paraná em boas mãos. Ela tem mão firme para tocar o Governo do Estado.

D. C. – O senhor deixa o governo para construir uma candidatura a senador. Que projetos, iniciativas e discussões o senhor pretende levar ao Congresso?

B.R. – Vamos construir esta candidatura ouvindo as pessoas. O diálogo sempre foi o meu jeito de trabalhar. Vamos elaborar nossas propostas com base nas conversas que teremos com todos os setores da sociedade. Mas desde já quero deixar bem claro que serei um representante efetivo do Paraná, coisa que não temos visto ultimamente no Senado. A prioridade sempre será atuar em favor do nosso Estado e da nossa gente.

D. C. –  E, para governador do Paraná, para quem deve ser seu apoio levando em conta que temos dois pré-candidatos da sua base: Cida Borghetti (PP) e Ratinho Junior (PSDB) na disputa?

B.R. – Ainda é cedo para esta definição.

Richa afirma que seu governo garantiu mais qualidade de vida para os paranaenses

 

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