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Dólar bate recorde histórico e provoca aumento no preço do pão

Com elevações crescentes nas últimas semanas, o valor do dólar em relação ao real chegou ao seu ápice histórico. Na segunda-feira (16), por exemplo, a bolsa de valores brasileira caiu quase 14% e voltou aos níveis de julho de 2008. O dólar comercial fechou acima de R$ 5 pela primeira vez na história, encerrando o dia vendido a R$ 5,047, sua maior cotação nominal desde a criação do real.

Mas, muito além dos investidores e grandes empresas, essa alta impacta diretamente no dia a dia da população devido à globalização da economia – e o “pão de cada dia” é um exemplo de produto que será diretamente impactado. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), 60% do consumo do cereal no país é proveniente de importações, sendo que cerca de 85% deste trigo comprado no exterior é argentino. Com a alta na moeda estrangeira os produtos comprados em outros países ficam mais caros e, em diversos casos, esse acréscimo é repassado ao consumidor.

“Nosso fornecedor é um moinho grande, que ainda possui estoque, mas que já avisou que a partir da próxima semana vai aumentar o preço do trigo”, disse Luiz Alberto Scheifer, proprietário de uma panificadora ponta-grossense e presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria dos Campos Gerais (Sindpan), em entrevista ao DC.

Segundo ele, o reajuste deve alcançar dois dígitos. “Fazia tempo, mais de um ano, em que não repassávamos esse tipo de aumento no preço para o nosso consumidor, pois a situação estava bem estabilizada. Mas agora com a alta do dólar e a crise do coronavírus acreditamos que o impacto pode ser de aproximadamente 10% no preço do pão e outros produtos”, contou o representante do setor.

A previsão é de que a partir dos próximos dias o pão possa sofrer um reajuste de 10% (Foto: Fábio Matavelli)

 

Dólar turismo

Nesta terça-feira (17) o dólar turismo estava sendo vendido de R$ 5,28 a R$ 5,33 em Ponta Grossa, variando de uma casa de câmbio para outra, de acordo com o levantamento feito pelo DC junto a três estabelecimentos locais. O proprietário da A&F Câmbio, Eudson Figueiredo, disse à reportagem do Diário dos Campos que a venda da moeda já vem registrando uma redução bem significativa há três semanas. “De acordo com notícias internacionais que apontam os estágios inicial, de ápice e queda do coronavírus, prevemos que daqui cerca de 60 dias a situação vai estar sob controle, e imaginamos que até junho, no máximo, a busca pela moeda retorne e as coisas comecem a caminhar normalmente”, avaliou o empresário.

 

Compras internacionais

Entrou em vigor no início de março a determinação do banco Central que determina que as operadoras de cartão usem a cotação do dólar do dia da compra – e não mais a do dia do dia do vencimento da fatura para conversão do valor em real. Além de se atentar às taxas de câmbio, os consumidores devem observar que as compras no exterior com cartão de crédito têm incidência do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 6,38%.

 

Nesta terça-feira (17) o dólar turismo estava sendo vendido de R$ 5,28 a R$ 5,33 em Ponta Grossa, variando de uma casa de câmbio para outra, de acordo com o levantamento feito pelo DC junto a três estabelecimentos locais (Foto: Fábio Matavelli/DC)

 

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