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Eleição em outubro será ‘paraíso’ para quem disputa reeleição, avalia Paraná Pesquisas 

Para 2020 estão programadas eleições em que serão escolhidos os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que vão assumir o cargo pelos próximos quatro anos. Mas, em um ano marcado pelo isolamento social e diversas medidas restritivas que tentam evitar o avanço do novo coronavírus em todo o país, as tradicionais discussões que ocorreriam neste momento sobre articulações e alianças políticas ficam em segundo plano e alguns possíveis candidatos evitam inclusive de falar em pré-candidaturas durante a pandemia. 

Assim, o foco sobre as eleições, por conta da pandemia, está voltado sobre uma possível mudança da data do primeiro turno, prevista para  marcada para o dia 4 de outubro – primeiro domingo de outubro, conforme determina a Constituição Federal. Para isso, será discutida a PEC 18/2020, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que será relatada pelo senador Weverton Rocha (PDT-MA). 
"Sou favorável à coincidência dos mandatos. E acredito que devemos aproveitar este momento de pandemia para mudar o assunto na Constituição Federal. Não vejo condição de existir campanha política obedecendo o isolamento social. Expor os candidatos e todos os brasileiros, significa sermos irresponsáveis e afrontarmos a ciência", afirmou o senador do Paraná, Oriovisto Guimarães (PODE-PR) durante a sessão remota de quarta-feira (17).

Ainda não há uma data fixada para a mudança; o consenso, no entanto, parece ser de que os atuais mandatos não sejam prorrogados. Rocha levará em consideração opiniões de colegas congressistas, bem como dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de especialistas. Além da manutenção do pleito no dia 4 de outubro, entre as possibilidades estão a realização do primeiro turno das eleições em 15 de novembro ou 6 de dezembro. Neste sentido, o Senado promove na segunda-feira (22) sessão de debates para tratar do adiamento. 

Mas, afinal, por que é tão importante definir em que data serão realizadas as eleições municipais em  2020? Para o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, a resposta é simples: “a realização das eleições em outubro, novembro ou dezembro pode interferir diretamente no resultado das eleições”. Diante disso, Hidalgo avalia os três possíveis cenários e como o enfrentamento da covid-19 pelos gestores vai interferir no processo.  

Outubro 
Para o diretor do Paraná Pesquisas, a realização do primeiro turno das eleições em 4 de outubro favorece os prefeitos e vereadores que vão disputar a reeleição. “A covid-19 fez com que problemas como a precariedade nas unidades de saúde, falta de pavimentação e de segurança ficassem em segundo plano, voltando as atenções e ações especificamente para o combate ao novo coronavírus. Neste cenário, as eleições em outubro são um paraíso para os atuais prefeitos e vereadores que vão concorrer à reeleição”, aponta. 

Hidalgo baseia sua avaliação no fato de que o atual cenário beneficia uma “campanha diária de quem tem um cargo eletivo, enquanto que o isolamento social, a proibição de aglomerações e outras medidas restritivas impostas pela covid-19 prejudicam quem não ocupa cargo”. “Isso sem falar que, por conta do período de calamidade pública, foram implantadas ações como transferência de renda, distribuição de cestas básicas, o que beneficia os atuais gestores. Assim, a probabilidade é que se as eleições acontecerem em outubro teremos um alto índice de reeleição”. 
Levantamento divulgado em maio pelo Paraná Pesquisas, por exemplo, mostrou que 61,8% dos brasileiros consideram que os prefeitos que estão indo bem na crise do novo coronavírus são favoritos à reeleição. A pesquisa foi realizada com 2.280 eleitores em 230 municípios de 26 estados e Distrito Federal entre os dias 23 e 26 de maio, com grau de confiança de 95% e margem estimada de erro de aproximadamente 2%. 

Novembro 
Caso o primeiro turno das eleições aconteça em novembro, possivelmente no dia 15, Hidalgo vê um cenário mais neutro para a disputa. 

Dezembro 
Por sua vez, se as eleições acontecerem em dezembro, Hidalgo analisa que o cenário estará contrário para quem busca a reeleição, beneficiando quem não ocupa cargo. “Isso porque a arrecadação dos municípios vem caindo e a estimativa é que a crise econômica gerada pelo novo coronavírus se agrave té o fim do ano. Assim,  até lá, muitos trabalhadores que perderam o emprego durante a pandemia também já não terão mais seguro-desemprego ou outro tipo de auxílio, aumentando a insatisfação. Além disso, muitos prefeitos terão dificuldades em fechar as contas em dia, inclusive muitas Prefeituras correm o risco de não conseguir pagar a folha e o 13° salário dos funcionários”, diz. 

Cenário nebuloso em PG

Se em âmbito nacional, ainda há mais perguntas que respostas sobre as eleições deste ano, no cenário municipal não é diferente. Há pouco mais de três meses do pleito – caso seja mantido para o dia 4 de outubro –  a articulação político-eleitoral deste ano está incerta. O cenário de crise gerado pela pandemia do novo coronavírus tem atraído as atenções e levado lideranças políticas a fugir neste momento,  de questões sobre disputa eleitoral. A impossibilidade de aglomerações  e reuniões maiores também atrapalha  definições. 

O grupo do prefeito Marcelo Rangel (PSDB) – que já está no segundo mandato consecutivo e, assim, não pode concorrer – ainda não se posicionou oficialmente sobre quem teria o apoio para a sucessão de Rangel na disputa para o Executivo. Ao todo, passam de 20 o número de possíveis candidatos a prefeito – seja de situação e oposição. 

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