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Empresas de Ponta Grossa adequam seus negócios em meio à pandemia

De acordo com pesquisa realizada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa em abril, o início da pandemia provocou uma média de queda de 64% no faturamento das empresas da cidade; segundo levantamento do Sebrae, mais de 90% dos pequenos negócios paranaenses registraram uma diminuição na sua receita. Para contornar a crise a inovação tem sido a palavra-chave; diversos empresários tem alterado seus modelos de negócio para se adequar ao momento, buscando manter suas vendas e serviços ativos em meio ao isolamento social e queda de renda de clientes.

Para José Henrique Martins, consultor do Sebrae de Ponta Grossa, principalmente neste momento o empresário tem que descobrir o potencial da sua empresa dentro do seu ramo de atividade. “A primeira coisa que a gente trabalha através das consultorias é entender o modelo de negócio, que pode ser analisado através de três pilares: a criação, ou seja, o produto ou serviço, a entrega e a captura de valor, que é a mesma coisa que a proposta de valor. Quando falamos em valor falamos em atender as expectativas do cliente não só pelo produto final, mas pelo seu contexto de entrega e necessidade”, avalia.

Como exemplo, ele cita mercados, que têm uma grande gama de produtos que são escolhidos in loco pelo consumidor. “Existe outra forma de atender as necessidades do cliente, oferendo cestas de produtos com cardápios diferenciados ou personalizados, por exemplo, para pessoas que seguem uma dite específica, ou ainda fazer um clube de assinaturas”, cita o consultor.

“A gente trabalha muito isso com as empresas: o que você entrega e o que as pessoas estão buscando? Hoje a principal preocupação é a saúde. Em lojas de roupas, por exemplo, o cliente pode ficar preocupado se uma peça possa estar contaminada na hora de provar, por exemplo, e temos que pensar que esse tipo de preocupação deve perdurar por muito tempo”, afirma José Henrique.

Para o especialista, é necessário tanto considerar as mudanças nessas necessidades dos consumidores, quanto a divulgação das ações feitas para atendê-las. “Se você entrega seus produtos por delivery higienizados, divulgue esse seu esforço”,diz ele.

“Uma experiência vivida não volta atrás, seja positiva ou negativa, por isso se deve tomar muito cuidado com cada cliente”, ressalta o consultor do Sebrae, que destaca o papel da entidade em orientar e auxiliar o empresariado.

 

Cases de sucesso

O associativismo foi uma das formas que as lojas ponta-grossenses D’Lunna (calçados e bolsas), Chick.Você (acessórios) e Zendha (roupas) acharam para contornar a redução das vendas. Unindo táticas comerciais, como a venda e entrega de “looks” completos com produtos de uma, duas ou das três lojas e dicas de moda, com campanhas solidárias, as lojas alcançaram até mesmo clientes de outras cidades.

“Continuamos com os nossos negócios individualmente, mas nos unimos comercialmente montando looks completos e entregas em casa, por exemplo”, conta Célia Lima, da D’Lunna. As empresárias também lançaram a ação “Amor em Movimento”, revertendo parte do lucro de peças selecionadas em doações, como fraldas para o Asilo São Vicente, por exemplo.

Estratégias de marketing diferenciadas também foram adotadas: “No Dia das Mães, por exemplo, fizemos uma ação em que o cliente poderia mandar uma foto dua fazendo uma homenagem para a sua mãe segurando um cartaz, por exemplo. Anexamos essas fotos em presentes e vendemos até para gente de fora, que não podia visitar sua mãe e mandou entregar a surpresa a ela, por exemplo”, conta a empresária.

Um exemplo de empresa que se adequou ao isolamento social, sendo de um ramo que vive de aglomerações é a Cheiro de Mato. O negócio é um espaço para festas que foi inaugurado no início de fevereiro e durante a pandemia passou a oferecer kit diferenciados, com os produtos já produzidos por eles para festas, mas com entregas em casa.

“Tivemos a ideia de lançar cestas de café da tarde com cardápios que já faziam parte da casa de festa, seguindo a ideia inicial de comidas simples e caseiras. Sempre tem um pão caseiro, bolo, salgados, como empadinhas ou tortinhas, por exemplo, e um patê ou geleia, além de sopas variadas”, conta Mariana Escorsin Baggio Taques, que gere a empresa com o seu marido, Luiz Melão.

“Muita gente encomenda para comer em casa, mas também tem muitas pessoas usando como presente para a avó, tia ou amigo que está em casa e impossibilitado de visitar”, cita Mariana.

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