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Enraizamento da soja significa seguro contra a seca

A safra da soja 2018/19 do Paraná, o segundo produtor da oleaginosa do Brasil, deverá registrar um crescimento de aproximadamente 3% na comparação com 2017/18, conforme projeção do Departamento de Economia Rural (Deral). Os fatores climáticos e de solo seguem sendo grandes adversários da produtividade.

Em meados de junho e julho deste ano, produtores rurais do Paraná enfrentaram sérios problemas com a estiagem. Dados do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) mostraram que algumas partes do estado ficaram mais de 45 dias sem chuva e reduziram de forma significativa o potencial produtivo de culturas como trigo, cevada e milho safrinha.

Para que isso não aconteça com a soja, os produtores estão combatendo antecipadamente a deficiência hídrica do solo. Entre os primeiros cuidados necessários à cultura da soja está o manejo adequado durante o enraizamento inicial. Nesta etapa, que começa logo após a germinação, as raízes precisam atingir grandes profundidades e a planta apresentar um alto vigor inicial. Investir nessa fase pode trazer diversos benefícios ao produtor.

Há aproximadamente dois anos, o produtor de soja Celso Poli, do município de Ivaí, noroeste do Paraná, passou a utilizar soluções naturais compostas por cálcio e enxofre e tem conquistado excelentes resultados. "Apliquei 269kg/ha de Sulfacal em 25 hectares na minha propriedade e o resultado foi extraordinário. Além de uma raiz mais profunda, a planta demonstrou mais vigor. E o resultado disso foi uma colheita de 65 sacas por hectares na safrinha", destaca o produtor.

Segundo o engenheiro – agrônomo Eduardo Silva e Silva, gerente técnico especializado em solo da SulGesso, estes fertilizantes minerais estimulam o enraizamento da planta, sendo essenciais no processo. "O sulfato de cálcio atua no aumento da porosidade do solo, promovendo sua descompactação e, consequentemente, um maior enraizamento das plantas. Raiz mais profunda, planta mais bem nutrida". O especialista explica o resultado desse processo para a planta. "Então, quanto maior a densidade do sistema radicular, maior a área de contato com o solo, em suas camadas, o que reduz significativamente os efeitos negativos à planta, como por exemplo, a redução da atividade fotossintética, diminuição do crescimento, entre outros sintomas, causados pelo estresse hídrico".

Para quem quer ampliar o potencial produtivo da lavoura, o especialista dá uma dica valiosa: aprofundar a análise de solo da sua lavoura. "O produtor tem que ir obrigatoriamente além da camada de zero a 20. É preciso começar a analisar na profundidade de 20 a 40 centímetros, onde está a camada de diagnóstico. É aí onde vamos encontrar informações sobre como será a dinâmica das águas e, a partir desses dados, associado a um manejo adequado, o produtor vai saber a capacidade que sua lavoura terá para nutrir a soja", completa Eduardo.

O especialista finaliza lembrando que sem água, não há vida. O insumo é um dos principais componentes para a sobrevivência da planta, uma vez que o vegetal precisa dela para que seu metabolismo ocorra e também para que os nutrientes sejam absorvidos. "Com maior enraizamento e a descompactação do solo, as plantas acessam água e nutrientes em maior profundidade, seja na coxilha ou na várzea. É o seu seguro contra a seca!", conclui Silva e Silva.

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