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Escola estadual usa matemática financeira para incentivar protagonismo e trabalhar valores 

Há quatro meses pais, professores, pedagogos e funcionários da Escola Estadual Dom Orione, de Curitiba, iniciaram uma metodologia diferenciada para incentivar o protagonismo dos estudantes, além de trabalhar valores como respeito e responsabilidade. A metodologia consiste em uma educação financeira elaborada em parceria com os pais e comunidade para motivar os 616 estudantes do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental.
Para isso, a escola criou um banco fictício, uma moeda fictícia e uma loja real. No início de cada aula, os professores recebem uma cédula da moeda fictícia DO (em referência ao nome da escola) que são entregues aos alunos que cumprem todos os requisitos propostos pela escola. No mês, cada aluno pode receber até 5 DOs. O objetivo foi de incentivar os estudantes a cumprirem suas tarefas e terem bom desempenho para conseguir juntar o dinheiro. Nesta sexta-feira (13), eles puderam comprar itens doados pela comunidade com o valor que pouparam no primeiro semestre. 
“Queríamos uma metodologia que motivasse os alunos a cumprir todas as regras da escola, ter disciplina e responsabilidade desde o momento que chega até quando vai para casa. O nosso objetivo não é que o aluno tire apenas boas notas, mas que seja um bom cidadão”, explicou a diretora Maria Ivonete Favarim Vendrametto.
METODOLOGIA – Para ganhar a quantia de até 5 Dos no mês, o aluno tem que ter disciplina, fazer todas as tarefas, possuir e usar a carteirinha do estudante, participar das aulas de leitura e cumprir todos os horários. A partir de agosto, o aluno que usar o uniforme completo ganhará mais 1 DO. O dinheiro fictício é guardado em um banco, também fictício, nos dias 12 e 26 de cada mês. Ao fazer o depósito o aluno recebe uma caderneta de poupança com juros de 85% ao mês. 
APRENDIZADO – Juros simples e compostos, além de fundamentos da economia são alguns dos conteúdos teóricos trabalhados pelos professores. Pelo menos uma questão relacionada aos conteúdos é aplicada nas provas de Matemática. No entanto, o trabalho envolve todas as disciplinas, já que o comportamento e desempenho dos alunos são avaliados por todos os professores. “Percebemos uma mudança de comportamento muito grande que inclui o compromisso de fazer as atividades, respeito, responsabilidade, comprometimento com o próximo”, disse a diretora.
Segundo Maria Ivonete, o projeto também contribuiu para aumentar a participação dos pais no cotidiano escolar dos filhos. “Os pais também participam e incentivam os filhos e isso tem reflexos fora da escola”, disse Maria. 
LOJA DO SABER – Foram colocados à venda mais de três mil utensílios doados pela comunidade e pelos próprios estudantes. Pedro Henrique Felix Fernandes, de 12 anos, do 7° ano, economizou 81 DOs, somados os juros da poupança, e comprou um fone de ouvidos, um jogo de baralho e um colete para a irmã. “A ideia principal do projeto é aprender a poupar o dinheiro para o futuro e para se dedicar mais aos estudos e melhorar o comportamento e disciplina porque quando nos comportamos bem, recebemos esse mérito para comprar os produtos na lojinha”, explicou o aluno. 
Em dois meses, o aluno Gabriel Goes Pereira, de 12 anos, do 6° ano, guardou 20 DOs que, segundo ele, é resultado do bom comportamento e desempenho na escola. “Recebi esses DOs por merecimento porque me comportei bem, ajudei meus colegas e participei das atividades da escola. Achei bem legal a atividade porque incentiva a se comportar melhor e prestar mais atenção nas aulas”, avaliou.
A microempresária Adriana Gisele de Oliveira Rocha acompanhou a filha Isis Gabriela de Oliveira, de 12 anos. “Estou aqui para mostrar o quanto ela é importante e que valeu a pena o esforço dela. Achei muito interessante essa proposta da escola porque as vezes a criança acha que as coisas caem do céu. Elas estão aprendendo que tudo tem um custo e que conseguiram adquirir os produtos por merecimento”, disse.

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