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Escolas públicas e particulares investem em ensino inovador

Já faz tempo que se discute o que é, ou não, responsabilidade das escolas no ensino das crianças. Mas não há um consenso completo a esse respeito. O fato é que a rotina acelerada das famílias, com pais e mães tendo responsabilidades profissionais, mudou o perfil de como os jovens são educados. Coisas simples e corriqueiras como preparar uma refeição, ou mais complexas como viver harmoniosamente em sociedade, deixaram de ser um ensinamento no meio de muitas famílias.

Percebendo isso, estabelecimentos de ensino ampliaram suas grades curriculares, como forma de garantir que importantes aprendizados não sejam deixados de lado. Um exemplo de como isso funciona na prática pode ser observado na Escola Santo Angelo, que acaba de implantar o projeto denominado “Laboratório de Práticas para a Vida”. A diretora e proprietária da Instituição, Telma Lisandra Boiko, explica que a ideia surgiu a partir da observação de iniciativas similares verificadas em países europeus como Finlândia e Suécia.

“Nós acreditamos que o mais importante é que, ao final da adolescência, nossos alunos sejam pessoas independentes, capazes de cuidar de si mesmos. Para isso, precisamos desenvolver seu lado humano, fazer com que entenda suas responsabilidades, direitos e deveres. Isso parte de coisas simples como uma aula de culinária para chegar até lições de cidadania como a igualdade entre os sexos e divisão de tarefas”, explica Telma.

As atividades ofertadas pelo Projeto a alunos do 6º ao 9º anos do Ensino Fundamental incluem Culinária, Nutrição, Tarefas, Organização e Economia Domésticas, Artesanato e Direto do Consumidor. A primeira turma teve a primeira aula de Nutrição e Culinária neste mês, em atividade de contraturno escolar.

Santo Angelo ensina noções de culinária e nutrição (Fábio Matavelli)

Pré-vestibular
Aliando propostas inteligentes e uso de tecnologias no ensino, a rede de colégios Sesi no Paraná garantiu mais de 800 vagas nas universidades do Estado. As 53 unidades do Colégio no Estado oferecem uma metodologia fora dos padrões dos tradicionais cursinhos pré-vestibular. O novo formato garantiu, entre 2017 e 2018, que seus alunos obtivessem mais de 800 aprovações em universidades públicas e particulares do Paraná. 

“Além da disposição das carteiras, as turmas são interseriadas (1º, 2º e 3º ano). No futuro, em um ambiente de trabalho, eles terão que lidar com pessoas de lugares e idades diferentes. É necessário que vivenciem as diferenças desde o ensino médio”, explica a gerente dos Colégios Sesi no Paraná, Lilian Luitz. O foco é o desenvolvimento de habilidades, incentivando o estudo em um contexto baseado na atualidade, com menos macetes e fórmulas de memorização. Só nos Campos Gerais foram mais de 60 aprovações no vestibular. 

Colégio Sesi mudou forma de ministrar aulas (Divulgação)

ABC financeiro
O Colégio Sepam pretende ter, neste ano, uma nova edição do projeto “Pequeno Empreendedor”, que já levou noções de educação financeira para 90 alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Os alunos são incentivados a produzir e vender geladinhos gourmet no horário do recreio. Mas, até chegar a esse ponto, eles participam de palestra com economista, aprender a usar planilhas do Excel. Os alunos de nove e 10 anos produzem geladinhos nos sabores paçoca, bolacha de chocolate, doce de leite e frutas, no refeitório da escola. 

A proposta é vender os doces três vezes por semana, fazendo render o dinheiro inicialmente investido pelos pais para dar início ao negócio. “Nossa intenção é desenvolver a conscientização deles sobre aspectos relacionados à vida financeira e nada melhor que começar mostrando como poupar”, explica a coordenadora do Ensino Fundamental I, Ana Carolina Baggio de Paula, lembrando que o Projeto também incentiva valores como honestidade.

Crianças aprendem sobre finanças no Sepam (Divulgação)

Robótica
A Prefeitura de Ponta Grossa incluiu no currículo de 10 escolas, para 600 crianças do 1º ano, aulas de robótica. Neste momento, a busca é pelo aprimoramento do projeto, com o estabelecimento de parcerias junto às Instituições de Ensino Superior de Ponta Grossa em 2018, a fim de oferecer formação continuada para os professores envolvidos, que serão multiplicadores do programa. Em um primeiro momento, eles têm contato com os conceitos de montagem de equipamentos, através de um kit pedagógico de 104 peças, que contém eixos, rodas, bonecos e blocos que podem ser usados para montar qualquer coisa em um sistema de encaixe.

O objetivo é que alunos dos cursos da área realizem projetos de robótica junto com as crianças no Ensino Fundamental, dentro das escolas para, em um próximo passo, implementar a robótica em novas escolas da rede. A expectativa é utilizar materiais eletrônicos descartados, os quais serão incluídos no projeto para incrementar o ensino da disciplina.
 

Dez escolas municipais têm aulas de robótica (Divulgação)

 

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