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Evento da Apadevi mostra que preconceito é visual

Alunos e funcionários da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi) de Ponta Grossa participaram de um evento voltado ao Dia da Consciência Negra, nessa terça-feira (20), na sede da Associação do Bairro Olarias. Entre as atividades houve a apresentação de dança afro, contação de histórias, relato de palavras e termos de origem africana, e exposição de pinturas realizadas pelos deficientes visuais com o tema.

A coordenadora da equipe multidisciplinar da Apadevi, Sirlei Amaral, explicou que as atividades realizadas ao longo de todo o ano, voltadas também ao ensino da cultura indígena e cigana, culminaram com o evento no Dia da Consciência Nega. “Incluímos entre as atividades palestras sobre a contribuição do negro na música, na ciência e na sociedade como um todo”, disse.

Aluna da Apadevi, Stephany Raiani Borba, 22 anos, possui cegueira total e acredita que o preconceito contra negros é essencialmente visual. “Pelo tom da voz não dá pra perceber nada de diferente [entre um negro de um branco]. Só apalpando a pele percebo uma firmeza maior, ou pela textura do cabelo”, comenta. Para ela, são diferenças que denotam força, e remetem à história de luta do povo negro e seus descendentes.

Cristofer Ricardo de Camargo, deficiente visual e negro, acredita que ainda há muito a ser vencido na questão do preconceito. “Tive acesso a escola e fiquei totalmente cego com o tempo, mas conheço muitos que tiveram bem mais dificuldade”, lembra. 

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