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Fotografia de casamento: muito além da ‘hora do sim’

O registro de casamento é uma das categorias que mais cresce nos dias de hoje dentro do mercado fotográfico. Por se tratar de uma data tão marcante e especial, é comum os noivos investirem nos registros de um dos dias mais importante de suas vidas, contratando profissionais para fotografarem não apenas a cerimônia e a festa de casamento, mas também todos os momentos do grande dia, desde toda a preparação dos noivos, padrinhos e familiares.

Também existem ensaios como o 'pré-wedding' e 'trash the dress', por exemplo, que são realizados antes e depois do casamento, respectivamente. Além disso, outra modalidade de ensaio vem se popularizando, que é quando o fotógrafo acompanha os noivos na lua de mel, registrando momentos importantes do casal durante a viagem.

Por conta das transformações e evolução desse mercado e do potencial fotográfico de uma data considerada tão emocionante, profissionais da fotografia áreas são cada vez mais atraídos pela ideia de fazer um trabalho mais artístico e criativo, dando preferência para registros que expressem muito mais espontaneidade e naturalidade.

Conversamos com o fotógrafo Clebert Gustavo que, ao lado da esposa Luciana, contabiliza o registro de cerca de 20 casamentos ao ano. Ele falou sobre seu trabalho, as expectativas dos noivos e os principais desafios que envolvem estes registros. Acompanhe!

 

Diário dos Campos – Você trabalhou muito tempo como fotógrafo de jornal, o que te levou a querer se especializar em fotografias de casamento?

Clebert Gustavo – Eu fui para o ramo de fotografia de casamento justamente por ser um dia muito feliz. É isso que a gente procura com a foto, eu acho que quando você faz uma fotografia, está registrando momentos, contando uma história. Então, quando a pessoa vai ver estes registros daqui 5 ou 10 anos vai lembrar exatamente do que estava acontecendo naquele dia. O casamento é o inicio de uma família, então tem muito sentimento, muito amor, os familiares, muita gente envolvida. Foi isso que nos levou a ter esse foco. Há mais ou menos 4 ou 5 anos que me dedico integralmente a esse tipo de fotografia.

DC – O mercado tem passado por grandes transformações, quais foram as principais nos últimos anos?

CG – Eu acho que o casamento hoje se tornou uma coisa muito pessoal. Não existe regra, as pessoas fazem conforme elas imaginam, conforme a expectativa delas. Existem muitas opções e formatos no mercado e isso dá a liberdade delas escolherem como querem fazer. Eu costumo dizer que hoje em dia as pessoas estão optando mais pela simplicidade, tem até uma frase do Leonardo da Vinci que fala que "a simplicidade é o ultimo estágio da sofisticação". E eu acho que é exatamente isso. As pessoas estão dando mais valor pro sentimento, para tudo que envolve o dia do casamento, a família e o amor. O resto, a festa, é consequência disso tudo.

DC – O que vocês observam que as pessoas esperam hoje em dia? Quais são os principais pedidos e recomendações dos noivos?

CG – O casamento envolve muitos profissionais, hoje mais do que nunca se fala em 'indústria do casamento', mas é que realmente são muitas pessoas envolvidas. Eu sempre digo que todos eles são muito importantes, até para fazermos uma boa fotografia. Tem a pessoa que faz o vestido, a que produz o buquê, o DJ que toca na festa, a iluminação, enfim, o resultado final é a junção do trabalho de todos esses profissionais. E, de fato, os noivos levam muito tempo planejando o casamento e os custos são altos, e esse dia passa muito rapidinho. Então é claro que existe bastante expectativa. É muito sentimento nessas cerca de 10, 12 horas de evento. As pessoas querem poder lembrar depois de tudo que aconteceu naquele dia, cada detalhe. Por isso, a nossa missão e a expectativa que eles têm em relação a gente é justamente essa, que a gente consiga contar toda a história desse grande dia, da forma mais espontânea possível. Sem nada forçado, nada posado, as coisas acontecem naturalmente. É dessa forma que a gente trabalha, para que as pessoas se lembrem no futuro com o mesmo sentimento que tiveram no dia.

DC – Vocês utilizam algum método ou procedimento antes de iniciar o trabalho para conhecer melhor os noivos e, com isso, conseguir um resultado final ainda mais bonito?

CG – Hoje em dia existe o pré-wedding, que é um ensaio antes do casamento, em que as pessoas geralmente fazem com alguma coisa alusiva ao dia do casamento, um vestido branco, algo assim. Mas também não tem regra. Muita gente gosta de inserir algo que tenha mais a ver com sua personalidade. É nesse primeiro momento, quando vamos fazer o ensaio, que temos um tempo maior com os noivos e é quando conseguimos entender melhor como eles são e do que gostam. Por mais que tenhamos um volume grande de casamentos, praticamente todos os finais de semana, cada um que fazemos é único. Portanto, quando vamos fazer as fotos de um novo casamento a gente chega e esquece tudo que já fez, a partir daquele momento o foco é prestar atenção em tudo que está acontecendo, se adiantar às coisas, prever o que vai acontecer. Então é na hora que a gente procura tentar entender as pessoas pra fazer da forma que elas imaginam que vai ficar o trabalho.

DC – É visível que as fotografias de casamento estão muito diferentes do que se via anos atrás, trazendo mais personalidade, registros de momentos emocionantes com mais proximidade. Como fazer para transmitir todo esse sentimento nas fotos sem interferir na cena ou sem ser notado?

CG – A gente costuma dizer que quanto mais imperceptível a gente for, melhor. Porque sempre quando as pessoas veem um fotógrafo ou alguém fazendo vídeo a pessoa já muda um pouco a postura, automaticamente já procura posar mais ou para o que estava fazendo, o que é automático, natural. Então a gente vai muito focado, prestando atenção em tudo que está acontecendo e sempre de longe. Do início ao final do casamento ficamos prestando atenção não só nos noivos, mas em tudo que está acontecendo na festa, que é pra gente procurar justamente fazer essas fotos mais espontâneas, que é o mais legal e a melhor forma de entender tudo que aconteceu aquele dia.

DC – Qual foi o casamento mais diferente que vocês já registraram? Por onde já passaram?

CG – A gente já fez de tudo um pouco, já tivemos festas, até mesmo fora do Brasil, e nos mais variados formatos. Tem pessoas que optam por casar de dia, em um domingo de manhã, por exemplo, tem os mais tradicionais, que preferem o sábado à noite. Alguns querem casar na praia e nesses locais também tem muito ensaio. A gente já fez fora do estado, em SC, por exemplo, também já fizemos no nordeste.  Recentemente estivemos em Londres, voltamos agora de uma temporada que passamos por lá. Hoje acaba sendo muito geral, as pessoas também gostam muito do clássico, que não sai de moda. Enfim, tem para todos os gostos. É muito pessoal e a ideia é que cada casal faça aquilo que mais lhe agrada.

 

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