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Hospital Bom Jesus busca apoio na captação de recursos

Após mais de 50 anos de atividades, o hospital Bom Jesus se tornou uma das principais instituições no atendimento médico em todo o Paraná. Embora sua sede esteja em Ponta Grossa, a população de pelo menos 30 municípios de três regionais de saúde é atendida frequentemente pelo hospital, que é referência em alta complexidade em cirurgia neurológica e cardíaca.

Mas o esforço por atender a todas as demandas veio com um preço. Ano após ano, a instituição vem encerrando suas contas no vermelho, o que motiva a adoção de atitudes para reverter o cenário de dificuldades financeiras. Preocupado com a situação, o diretor administrativo do HBJ, Basilio Galvan, explica que a instituição busca formas de ampliar a arrecadação de recursos. Uma das iniciativas tomadas até o momento foi a criação de uma comissão formada por funcionários, na qual cada um colabora como pode, tendo como meta final a redução de custos. A intenção da diretoria é transformar esse grupo em uma associação, que em breve será capaz de receber colaborações externas de empresas que venham apadrinhar o hospital.

Alguns eventos foram realizados para colaborar com a arrecadação de fundos e doações, já no final do ano passado. Isso acabou gerando boatos de que o hospital estava sendo vendido ou que fecharia as portas. A direção explica que, em função de a instituição ser filantrópica, ela nem sequer pode ser vendida. E que nenhum serviço será interrompido. Todos os atendimentos seguem normalizados.

 

Atendimento

Galvan detalha melhor por que a instituição está com as contas no vermelho. “O hospital tem, por obrigação contratual, a necessidade de reservar 60% de sua estrutura para o atendimento SUS. Nossa estatística anual é de cerca de 76%. Vamos além da obrigação prevista em ofício. Mas esse excedente não é coberto pelo SUS”, diz. Além disso, Galvan considera que a tabela de custos do SUS está defasada, sem atualização desde a década de 1990, o que prejudica não só o Bom Jesus, mas também outros hospitais que atendem o Sistema Único de Saúde.

 

Manutenção

“Nosso maior problema não é em relação aos equipamentos. Estamos bem equipados. A questão é o custeio para manutenção. Temos um equipamento muito importante para cirurgias em neurologia: o neuro navegador. Foi obtido com recursos públicos, mas não temos cobertura para o kit de esferas que é indispensável para o uso do equipamento”, detalha Galvan, lembrando que, em casos de extrema necessidade, a instituição pagou pelos produtos, e a despesa se somou a outras similares que vêm se acumulando há anos. “Ninguém deixou de ser atendido, mesmo quando não havia cobertura dos custos”, garante.

 

Esperança

A irmã Margarida Hlatchuk, diretora geral do HBJ, destaca que não se trata de perder as esperanças. “Estamos com um novo governo, tanto na esfera federal como na estadual. Se não houver uma atualização da tabela do SUS, eles devem ao menos encontrar uma forma de ajudar os hospitais filantrópicos”, comenta, lembrando que um atraso nos honorários médicos ocorrido no ano passado culminou em acordo com a categoria, que vem sendo cumprido. E que os fornecedores estão sendo pagos, conforme negociação.

 

Consultoria deve apontar caminhos

Outra parceria para contornar o deficit nas contas do hospital foi formalizada nesta semana, segundo revela a contadora Scheila Zampieri. “O hospital Albert Einstein oferece consultoria para outros hospitais, orientando sobre formas de cortar custos e reorganizar finanças. Nesta semana, tivemos a confirmação de que o Bom Jesus foi um dos 200 hospitais no país a ser selecionado para receber essa consultoria”, comenta.

Segundo ela, em todo o Paraná, apenas quatro hospitais foram incluídos nessa seleção. Pela proposta, uma equipe especializado do Albert Einstein deve vir até o Bom Jesus em maio, permanecendo por uma semana. “Esses profissionais vão traçar um diagnóstico do hospital e prescrever a terapia”, diz Galvan, acreditando que a consultoria poderá ser de grande ajuda na recuperação financeira do HBJ.

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