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Hotéis de Ponta Grossa se adaptam e registram lenta recuperação

O setor de hotelaria foi um dos que primeiro sentiu o impacto da pandemia do novo coronavírus: em Ponta Grossa já em março o segmento amargava perdas consideráveis na sua taxa de ocupação. De acordo com dados do Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau, enquanto que em fevereiro a média era de 56% de ocupação, em março caiu para 41%, chegando a 13% em abril e voltando a subir na sequência, somando 22% em maio e 29% em junho.

Para conseguir esta pequena recuperação algumas empresas inovaram, oferecendo, além do novo protocolo obrigatório de higienização, também novos serviços. O Planalto Select Hotel, por exemplo, adaptou alguns quartos e os transformou em escritórios, possibilitando diárias para as pessoas interessadas em fazer um “home office” fora de casa, mas ainda privativo e mais equipado.

“Logo no início da pandemia surgiu essa ideia. Com o pessoal falando ‘fique em casa’ na mesma hora cancelaram as aulas. Me coloquei no lugar de alguém que precisava trabalhar tendo criança em casa, não tendo toda a estrutura e equipamentos, ao mesmo tempo em que vi nossa ocupação cair lá embaixo. Para reduzir um pouco o prejuízo, já que o custo fixo de um hotel é muito alto, alguma movimentação adicional ajudaria – e como todos os apartamentos têm várias tomadas, dispomos de duas redes de internet, além de estacionamento e impressoras, adaptamos ps quartos”, conta o gerente Daniel Wagner.

“Pensamos principalmente em reuniões, lives e palestras, aqueles momentos em que nada pode dar errado (como a internet falhar e o vizinho resolver fazer barulho, por exemplo). É uma cultura de a pessoa perceber que vale a pena investir um pouquinho naquele dia especial e também uma nova tendência que vem sido identificada: a opção de trocar o custo fixo de um aluguel mensal e pagar por uso, como profissionais liberais, psicólogos, por exemplo, que podem marcar um dia para atender várias pessoas e pagar apenas uma diária ao invés de toda uma locação”, avalia o gerente, que afirma que semanalmente se chega à média de 50% de ocupação nos quartos adaptados.

O Bourbon Ponta Grossa está fechado desde abril, mas pretende reabrir no próximo mês também com produtos diferenciados. “Queremos aproveitar a oportunidade de negócio, oferendo quartos adaptados e atendendo hóspedes com ao invés de diária de hospedagem, diária de sala”, diz o gerente Thiago Teixeira, reforçando também as alterações impostas pelo Selo Turismo Responsável.

Já no caso do Luds Comfort Hotel as únicas diferenças desde o início da pandemia são as práticas de higiene e isolamento – não há mais buffet de café da manhã, por exemplo, substituído por refeições individuais e embaladas. “Nosso público era misturado, tanto o de lazer e eventos quanto o de negócios. Hoje estamos zerados no turismo, permanecendo apenas com o segundo público. Ficamos fechados em abril e registramos queda de 80% em maio e de 70% em junho; é uma retomada, mas nada comparado ao que tínhamos antes”, destaca o gerente de relacionamento Henrique Plattek.

 Com a queda de hóspedes Planalto Select Hotel optou por transformar quartos em escritórios para home office e atendimentos profissionais (Foto: José Aldinan)

 

Prejuízos

Conforme divulgado pelo Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau, apenas nas duas primeiras semanas de isolamento social o prejuízo causado pela cancelamento de diárias e eventos foi de R$ 500 mil na região. Estimativa da instituição aponta que com o cancelamento de quatro grandes eventos, como a Agroleite, por exemplo, R$ 200 milhões deixarão de circular na economia regional.

Dos 27 hotéis registrados pela entidade na região, em março 21 fecharam, em abril 23, caindo para 11 em maio e junho e 5 em julho. Em Ponta Grossa, juntos eles representam 1.211 unidades hoteleiras com 2.363 leitos – sendo que, seguindo a taxa de ocupação, em média apenas 685 foram utilizados no mês passado, contra 1.678 vazios.

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