As importações da região dos Campos Gerais cresceram em 62,16% nos últimos 10 anos. Os dados fazem parte de um estudo sobre as importações e exportações que foi divulgado pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (NEREPP) da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
De acordo com o relatório, no ano de 2008 as 18 cidades da região importaram US$ 337,5 milhões e após uma década, os municípios registraram o valor de importação de US$ 547,3 milhões, crescendo em 62% a aquisição de produtos importados. O professor responsável pelo estudo, Alex do Carmo, explica que o aumento das importações se deve ao processo de industrialização da região. “Nos últimos anos muitas indústrias se instalaram nos Campos Gerais e foi um crescimento bem significativo, então isso refletiu diretamente no que é importado. É um fator positivo porque mostra o poder aquisitivo dessas empresas e afirma a nossa região como uma das mais industrializadas do Paraná”, ressalta.
A cidade que mais importou no último ano foi Ponta Grossa com 82% do total, ou seja, US$ 450 milhões foram gastos para trazer produtos para o município. “Isso se deve aos investimentos que as indústrias fazem para compra de maquinários e insumos para operar. Com isso elas aumentam as produções e isso reflete depois nas exportações”, explica Carmo. Em 2018, a categoria de reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes foi responsável por 26,6% das importações, ultrapassando a categoria de adubos e fertilizantes. “Conseguimos identificar mudanças de investimentos na região. A indústria ficou em primeiro lugar e depois o agronegócio, o que é uma mudança de perfil bem evidente, já que em 2008 a importação de adubos atingia 26% do total e aparecia em primeiro lugar na lista”, esclarece o professor.
Outro ponto em destaque das importações é a categoria de peças para veículos, que até então em 2008 não aparecia nas primeiras posições na lista de produtos importados pelas cidades da região dos Campos Gerais. “Com a chegada de novas indústrias do setor de automóveis também vimos esse ramo crescer mais e principalmente em Ponta Grossa por conta da fábrica da DAF. Então esse crescimento deve se manter constante nos próximos anos”, conta Carmo.
Países
As empresas da região importam produtos principalmente dos países: China, Alemanha, Holanda, Arábia Saudita, Estados Unidos, Paraguai, Itália, Rússia, Argentina e Suécia.
Exportações
De acordo com os dados da pesquisa, as exportações ficam concentradas em sua maioria em três cidades da região: Ponta Grossa, Ortigueira e Telêmaco Borba, que juntas somam 81% de produtos exportados. “Vimos uma expressiva mudança nas exportações nos últimos anos. A cidade de Ponta Grossa é quem estava no topo da lista e ainda se mantém, mas o município de Ortigueira está perto de atingir o mesmo patamar de volume exportado por conta da instalação de uma unidade da Klabin. Isso significa que descentralizou as exportações e também mudou o perfil dos produtos exportados”, revela Carmo. Em 2018, Ponta Grossa atingiu US$ 669,8 milhões de produção exportada, que significa 39% de toda a região e Ortigueira alcançou US$ 466,1 milhões de exportação e 27% do total.
O professor ressalta que na análise das exportações durante os 10 anos, o volume diminuiu em 20%, de US$ 2,15 bilhões para US$ 1,70 bilhões. “Observamos que principalmente a produção de soja teve uma grande diminuição na exportação e isso impactou diretamente nos resultados, já que a região tinha e ainda tem um perfil do agronegócio muito forte”, explica.
As empresas da região exportam produtos principalmente para os países: China, Estados Unidos, Argentina, Itália, Paraguai, Índia, Coreia do Sul, Vietnã, África do Sul e Turquia.
Importações dos municípios dos Campos Gerais
Município | Valor – US$ 2008 | 2008 (%) | Município | Valor – US$ 2018 | 2018 (%) |
Ponta Grossa | 227.664.729 | 67,5 | Ponta Grossa | 450.314.195 | 82,3 |
Telêmaco Borba | 45.473.006 | 13,5 | Telêmaco Borba | 23.964.532 | 4,4 |
Arapoti | 25.160.109 | 7,5 | Castro | 21.064.304 | 3,8 |
Jaguariaíva | 12.235.159 | 3,6 | Palmeira | 14.111.495 | 2,6 |
Carambeí | 9.446.858 | 2,8 | Jaguariaíva | 13.672.536 | 2,5 |
Castro | 8.526.743 | 2,5 | Arapoti | 8.818.562 | 1,6 |
Palmeira | 6.717.332 | 2,0 | Carambeí | 8.710.688 | 1,6 |
Sengés | 2.038.170 | 0,6 | Ortigueira | 4.355.505 | 0,8 |
Tibagi | 95.606 | 0,0 | Sengés | 1.545.647 | 0,3 |
Ventania | 76.201 | 0,0 | Porto Amazonas | 363.885 | 0,1 |
Piraí do Sul | 63.148 | 0,0 | Piraí do Sul | 362.287 | 0,1 |
São João do Triunfo | 12.699 | 0,0 | Curiúva | 28.695 | 0,0 |
Porto Amazonas | 4.298 | 0,0 | São João do Triunfo | 0 | 0,0 |
Ortigueira | 0 | 0,0 | Ivaí | 0 | 0,0 |
Curiúva | 0 | 0,0 | Ventania | 0 | 0,0 |
Ivaí | 0 | 0,0 | Tibagi | 0 | 0,0 |
Reserva | 0 | 0,0 | Reserva | 0 | 0,0 |
Ipiranga | 0 | 0,0 | Ipiranga | 0 | 0,0 |
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Principais produtos importados pelos Campos Gerais
Categoria | Valor – US$ 2008 | % | Categoria | Valor – US$ 2018 | % |
Adubos (fertilizantes) | 94.136.940 | 27,89 | Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e suas partes | 145.815.580 | 26,64 |
Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e suas partes | 33.591.643 | 9,95 | Adubos (fertilizantes) | 91.315.310 | 16,68 |
Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas | 31.433.374 | 9,31 | Plásticos e suas obras | 37.099.448 | 6,78 |
Cereais | 31.091.209 | 9,21 | Veículos automóveis, tratores, suas partes e acessórios | 31.317.489 | 5,72 |
Plásticos e suas obras | 28.156.725 | 8,34 | Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos | 30.003.791 | 5,48 |
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços