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Jovens de projeto social de Ortigueira farão apresentação de dança no Teatro Guaíra

Um grupo de meninas, alunas da Casa da Criança Padre Lívio Donati, terá a oportunidade de dançar no palco do mais importante teatro do Paraná, o Guaíra, em Curitiba, na noite de 23 de junho, durante a final da XI Mostra Paranaense de Dança. O evento é uma iniciativa da Associação de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra (ABABTG) e considerado um dos principais eventos de fomento à dança no país.

São 18 adolescentes entre 10 e 15 anos que participam do projeto MuDANÇA, o qual atente crianças carentes de Ortigueira (PR) em atividades de dança e cultura no contra turno escolar, na Casa da Criança e do Adolescente Padre Lívio Donatti. No palco do Teatro Ópera, em Ponta Grossa, durante a etapa regional, as jovens apresentaram a coreografia “Dançando na Chuva”, e foram selecionadas para a apresentação final, no Guaíra. As etapas regionais também foram realizadas nas cidades de Campo Mourão, Pato Branco e Arapongas, onde a comissão técnica da ABABTG assistiu e avaliou trabalhos artísticos de grupos de dança e bailarinos, com a missão de selecionar os melhores espetáculos para levar à capital do Estado.

“Cada mostra tem 100 coreografias e somente 20 são selecionadas, é um processo extremamente rigoroso e mesmo com as dificuldades vividas pelas meninas, como, por exemplo, de não conseguir ir aos ensaios porque o ônibus não passava na comunidade em dia de chuva, greve dos caminhoneiros, poucos recursos para compor figurino, entre outras, elas se superaram e conseguiram essa vitória. Estão orgulhosas delas mesmas, assim como todos nós”, conta a professora de dança da Casa da Criança e responsável pela coreografia selecionada para a Mostra, Ana Luiza Maronezi.

Transformação

O Projeto MuDANÇA, inciativa idealizada e promovida pela Casa da Criança Padre Lívio Donati e apoiada pela Klabin, atende um total de 70 crianças e adolescentes e promove o desenvolvimento físico, cultural e a inclusão social por meio da dança. Os resultados não aparecem só nos palcos: “Depois da dança, perdi um pouco a vergonha de falar um público. Agora nas apresentações de trabalho [na escola] me sinto mais à vontade”, disse a adolescente Ketrilin Lima Maia, de 13 anos.

Em três anos, o projeto deu oportunidade aos jovens de conhecerem a arte e os palcos, mas também, de começar a transformar suas próprias histórias. “Antes do projeto, percebíamos que as meninas a partir dos 12 anos assumiam outros papeis em suas famílias, começando a ajudar em casa e até saindo da escola para isso. Agora, com a e evolução do projeto, elas estão mais presentes na instituição e na escola”, afirma o gestor da Casa da Criança, Amilton Carlos Benedito.

Amilton também chama a atenção para o estímulo à valorização da autoestima, elemento importante ao desenvolvimento nessa fase. “As meninas adquirem mais noção do próprio corpo e passam a se enxergar como protagonistas do seu crescimento. Certamente, elas transmitirão esses valores à outras gerações e essa evolução cultural é um dos grandes ganhos do projeto”. 

 

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