em

Motorista é condenado a 16 anos de prisão

A manhã de quinta-feira (25) foi marcada por comoção em frente ao Fórum de Ponta Grossa. Familiares das cinco vítimas fatais de um acidente ocorrido em agosto de 2014, na BR-376, avenida Presidente Kennedy, pediram por justiça e pela condenação do caminhoneiro suspeito de matar a família.O júri popular começou por volta das 9h30 e contou com quatro testemunhas de defesa e duas de acusação, o motorista foi condenado a 16 anos de prisão.

O réu, que aguardava julgamento em liberdade, chegou ao Fórum por volta das 8 horas da manhã, escoltado por seguranças, e não quis conversar com a imprensa. As cinco vítimas do acidente eram todas da mesma família e estavam em um veículo Citröen/C3 que foi atingido pelo caminhão do suspeito. Entre os que morreram estavam uma mulher de 31 anos, grávida; um menino de seis anos; um casal de idosos, de 62 e 63 anos; e uma menina de 12 anos.

Familiares fizeram orações pelas vítimas antes do julgamento. (Foto: José Aldinan)

 

Alessandra Machado Scheifer perdeu os pais, a irmã, o sobrinho e a filha de 12 anos. Bastante emocionada, ela conversou com a reportagem do Diário dos Campos momentos antes do início do júri. "Espero que a justiça seja feita. Mesmo que isso não traga eles de volta e não apague esse vazio que eu sinto, é uma forma de conscientizar motoristas de caminhão e pessoas que dirigem sobre os cuidados que se deve tomar para não tirar a vida de outras pessoas", disse.

Amigos e familiares usaram camisetas com as fotos das vítimas. A iniciativa, segundo Alessandra, foi uma forma de mostrar a dor e a saudade deixadas após o acidente. "O motorista assumiu o risco de matar no momento em que entrou sob efeito de álcool no caminhão. E ele matou a minha família. Eu perdi o meu chão e o que me fez continuar foi um irmão, meus outros dois filhos e outros familiares. Do contrário, eu não teria conseguido", lamentou.

Alessandra perdeu os pais, a irmã, o sobrinho e a filha de 12 anos. (Foto: José Aldinan)

 

Julgamento

De acordo com o advogado que representa a família das vítimas, Fernando Madureira, o réu chegou a ficar preso na cadeia pública Hildebrando de Souza, por cerca de um ano, mas conseguiu a oportunidade de responder em liberdade sob algumas medidas cautelares.

"Nós vamos pedir que o réu seja condenado por homicídio por dolo eventual, ou seja, ele agiu por estar embriagado e assumiu o risco de matar. Na época do acidente, o laudo do etilômetro apontou resultado de 0,44 mg/L. Além disso, a perícia constatou no tacógrafo do caminhão que ele estava dirigindo a 120 km/h. No momento da primeira colisão, o caminhão estava a 110 km/h", disse Madureira, que atua no caso em conjunto com o advogado Ângelo Pilatti Júnior.

O advogado de defesa do motorista, Renato João Tauille Filho, disse que apresentará ao júri a tese de que o condutor não teve responsabilidade pelo acidente.

"Nós temos um parecer técnico que mostra que um outro caminhão teria fechado o veículo dele. Ele foi atingido na lateral e isso o projetou a atravessar o canteiro central da rodovia. Como provas, nós temos este parecer técnico elaborado por um engenheiro. Também foram analisadas as avarias dos caminhões. Este primeiro caminhão teria seguido viagem, mas parou em um posto e uma testemunha alega que foi até o local e viu que ele também apresentava avarias, fator que comprova que o ele (motorista acusado) foi fechado", destacou o advogado.

Réu aguardava em liberdade e chegou ao Fórum escoltado por seguranças. (Foto: José Aldinan)

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.