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Mais de 7 mil famílias vivem abaixo da linha da pobreza em PG

Dados repassados pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Ponta Grossa mostram que 7,75 mil famílias estão em condições de extrema pobreza na cidade, ou seja, elas vivem com renda per capita de até R$ 85 por mês. Outras cinco mil recebem uma média de até R$ 170 mensais.

Para se ter uma ideia, viver com esse valor é tão preocupante se comparamos com o preço de uma cesta básica. Dados divulgados em outubro pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) apontam que o valor da cesta naquele mês era de R$ 534 com 34 itens. Se cada família utilizasse a quantia que recebe somente para comprar alimentos, poderia adquirir apenas seis produtos que a compõem.

Apesar de preocupante, a situação amenizou se comparada com anos anteriores onde, em 2010 por exemplo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12 mil famílias viviam abaixo da linha da pobreza no município.

De acordo com a assistente social Taisa de Cássia Gomes, gerente de Proteção Social Básica de Ponta Grossa, mesmo com a redução, ainda existem duas mil famílias na cidade que não possuem cadastro junto ao Cadastro Único (CadÚnico), um sistema de coleta de informações para identificar todas as famílias de baixa renda e que ajuda a incluí-las em programas de assistência social, inclusive no repasse do Bolsa Família.

"É um programa de extrema importância para a assistência social, pois representa uma porta de entrada para que estas pessoas possam receber o benefício do Bolsa Família, mas também estarem inclusas em programas como o Leite das Crianças, Passe Livre, cadastro para moradia popular, acesso à saúde e educação", explica.

No entanto, estas duas mil famílias que poderiam ser contempladas, ainda não foram localizadas para realizar o cadastro junto aos Centros de Referência de Assistência Social (Cras). "É uma demanda grande, porém, não conseguimos ter acesso a estas pessoas que, possivelmente, vivem em áreas mais afastadas. Além disso, a pasta não tem profissionais suficientes para atingir a todos", explica a assistente social.

"Se as pessoas têm esse direito, poderiam melhorar a sua situação econômica e social através do cadastro. Mas sabemos que muitas não têm nem acesso à informação e não sabem como procurar o Cras para fazer se cadastrarem", complementa.  

Medidas

Na tentativa de localizar e beneficiar estas pessoas, a Secretaria de Assistência tem adotado várias frentes para chegar até aqueles que vivem em condições precárias. Uma delas são as Unidades Móveis que se deslocam até os bairros mais precários para prestar diversos serviços à comunidade.

As unidades ofertam outros tipos de serviços como os de Proteção e Atendimento Integral às Famílias, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, Programa de Proteção do Acesso ao Mundo do Trabalho, além de acompanhamento familiar, encaminhamento para programas sociais e ainda encaminhamentos para outras políticas públicas na área de habitação, previdência social, defensoria pública, justiça, saúde e educação.

Mais de 10 mil famílias recebem Bolsa Família em PG

Com uma média de repasse de aproximadamente R$ 153 por residência, o programa do governo federal, Bolsa Família, beneficia 10.483 famílias em Ponta Grossa. Segundo o IBGE, o número de beneficiários representa 11% da população. Os que recebem o repasse ganham até meio salário mínimo por pessoa e que estão inscritos no CadÚnico como é o caso da família da dona de casa Marinalva Lima Padilha, 37 anos e do marido Marcos Medeiros, 59 anos.

Eles são pais de quatro filhos de 12, 11, 10 e dois anos e vivem com uma renda de R$ 200 decorrentes do trabalho de Marcos que é catador de recicláveis. O valor é destinado ao pagamento do aluguel da casa e para pagar a conta de água.

A família é contemplada ainda com o benefício do Bolsa no valor de R$ 275. "Ajuda muito, porque eu consigo comprar sapatos e agasalhos para as crianças e fraldas para a bebê. As comidas nós recebemos de doação e a minha luz é daquele programa do Luz Fraterna. Que bom que conseguimos a Bolsa, porque não tinha como viver só com o salário do meu marido", comentou Marinalva. 

Documentos para cadastrar no CadÚnico

Para ter acesso ao Cadastro Único, as famílias devem apresentar nos Cras ou nas Unidades Móveis Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) – de todos os integrantes da casa -, comprovante de residência, certidão de nascimento, casamento, documentação dos filhos como comprovantes de matrículas escolares e carteiras de vacinação.

Família de Marinalva e Marcos recebem Bolsa Família há três anos. (Foto: José Aldinan)

 

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