em

Mais de 70% dos casos na UPA deveriam ser atendidos em UBS

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Ponta Grossa realizaram, em outubro de 2019, cerca de 25 mil consultas com clínicos gerais. Segundo o município, isso representa uma média de 330 atendimentos/mês por profissional médico. No entanto, muitos dos casos que deveriam ser direcionados para as unidades básicas acabam se tornando demanda dos pronto atendimentos como UPA Santa Paula e Hospital Municipal Dr. Amadeu Puppi.

Segundo levantamento feito pela Fundação Municipal de Saúde, o pronto atendimento do HM realizou, no mesmo período, 9,8 mil atendimentos/mês, dos quais 475 são classificados como azul e 4.962 como verde. Na classificação de risco adotada pelo Ministério da Saúde, azul e verde são casos de não urgência e pouca urgência, respectivamente, cujo atendimento deve ser feito preferencialmente em UBS.

Na UPA Santa Paula, dos 10.584 atendimentos feitos em outubro, 7.528 foram classificados como azul ou verde (75% dos casos). Por conta desses números, o secretário adjunto de Saúde, Dr. Rodrigo Manjabosco, informou, há duas semanas, que será feito um trabalho de orientação da população sobre a classificação de risco, como forma de reduzir o número de pacientes que busca o pronto atendimento em situações de pouca urgência. A orientação deve começar pelo Hospital Municipal.

Reportagem do DC publicada em outubro mostrou que, para casos azuis e verdes, a espera para ser atendido na UPA chegava a ultrapassar quatro horas. Na ocasião, Manjabosco atribuiu a demora à presença massiva de pacientes que poderiam ser atendidos em UBS.

Agendamento

Segundo a prefeitura, as UBSs priorizam agendamento para crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. Os atendimentos fora desses grupos ocorrem através do agendamento ou acolhimento. Com isso, situações sem gravidade imediata acabam demorando mais para receberem consulta, o que costuma ocorrer na mesma semana, ou na semana seguinte à solicitação.

Espera

Embora o município aponte a média de até duas semanas para atendimento nas UBSs, não foi esse o caso de Maria Ângela do Nascimento. Ela conta que procurou a UBS Adilson Baggio, na Nova Rússia, no dia 20 de agosto, devido a dores no ombro. “Marcaram a consulta para o dia 29 de outubro. Quando cheguei na data marcada, descobri que a médica estava de atestado, não tinha ido trabalhar, e não avisaram ninguém. Remarcaram para 12 de novembro”, conta Mariângela, que agora nessa semana foi atendida por clínico geral, o que significa uma nova espera, agora por especialista.

Automedicação

Outro paciente, que preferiu não se identificar, lembra que a demora acaba fazendo algumas pessoas desistirem de esperar a consulta. “Fui na UBS Abrahão Federmann, na Ana Rita, porque estava com crises de tosse. Isso foi na última terça-feira (12). Disseram que só tinham agenda para 2 de dezembro. Preferi ir à farmácia e comprar um xarope qualquer”, diz, mostrando que o sistema de agendamento pode favorecer a automedicação. 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.