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Mas, afinal, o que representa esta mudança no perfil do eleitorado?

Para o diretor-presidente do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, as mudanças no perfil do eleitorado de Ponta Grossa – seu envelhecimento e maior escolaridade – fazem parte de uma transformação que se observa no eleitorado brasileiro, de uma forma geral. "Cada ano que passa o eleitor está mais escolarizado; raramente hoje um jovem de 16 anos não tem o ensino médio. Além disso, os municípios que passaram por biometria puderam atualizar a escolaridade  dos eleitores; assim, pessoas que há alguns anos afirmaram ter escolaridade menor, atualmente têm maior grau de instrução", explica. Outro ponto comprovado ao se analisar os dados do TSE, aponta Hildalgo, é que a população está envelhecendo.

Levando em conta que 2020 é ano de eleições municipais, o que, afinal de contas, representa esta mudança de perfil do eleitorado ponta-grossense? Segundo Hidalgo, levar em consideração  as alterações da característica do eleitorado é fundamental para que candidatos pensem estratégias de campanha e apresentem propostas que 'conquistem' o eleitor. "Quanto maior a escolaridade do eleitor, a tendência é que mais esclarecido e criterioso ele seja na hora de escolher os candidatos", explica.

Segundo o diretor-presidente do Paraná Pesquisas, a faixa etária e sexo do eleitorado também são fatores preponderantes na escolha dos representantes. "O eleitor mais velho pensa diferente que o jovem, suas demandas são diferentes. Além disso, quanto maior a idade, a tendência é que o eleitor seja mais tradicional em suas escolhas", completa. Conforme ele, entre as maiores demandas por parte de eleitores com faixa etária maior estão relacionadas à saúde e segurança. "Com a reforma da Previdência, que aumentou  a idade para se aposentar, a tendência é que haja mais interesse deste eleitorado por assuntos relacionados a emprego e renda também".

O fato de a maior parte do eleitorado ser composto por mulheres, é outra característica importante que deve ser levada em conta. De acordo com Hidalgo, as preocupações das mulheres são diferentes dos homens, e, como elas são maioria entre os eleitores, a tendência é que os candidatos tenham um discurso voltado para elas. "O que percebemos nas pesquisas é que as mulheres  têm preocupação dobrada, elas apontam as necessidades delas e dos filhos, por exemplo. Em mais de 70% dos casos, é a mulher que leva o filho para a unidade de saúde, então, problemas de saúde despertam mais interesse em pesquisa com mulheres do que com homens".

Recorde de candidatos

Para Murilo Hidalgo, a tendência é que nas eleições municipais deste ano, tenhamos o maior número de candidatos a vereadores da história. "Com o fim das coligações nas proporcionais, a tendência é que a maioria dos partidos lance chapa completa. Então, deveremos ter um número muito grande de candidatos a vereadores", frisa.

De acordo com ele, a renovação nas eleições municipais deve se dar mais pela mudança na legislação eleitoral, do que propriamente o desejo de renovação. "Ainda é cedo para qualquer prognóstico do que deve ser o eleitor da moda, ou traçar o que vai ser o perfil destas eleições", finaliza.

 

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