em

Médico explica o que muda em Ponta Grossa com transmissão comunitária

O médico pneumologista de Ponta Grossa (Paraná), Dr. Pedro Compasso*, conversou com a reportagem do DC, e explicou no que consiste a transmissão comunitária, confirmada pela prefeitura nesta terça-feira (26) e quais cuidados devem ser adotados de agora em diante pela população. Confira a entrevista:

 

DC: O que é a transmissão comunitária?

Dr. Compasso: A transmissão que havíamos experimentado teve origem pontual na China, e foram surgindo outros centros endêmicos. A partir de um centro endêmico ,é gerada contaminação em outras regiões. Da China para a Itália, de lá para outros países, de outros países para São Paulo e de lá para outras regiões do país. Cada vez, um centro que concentra grande quantidade de casos vira centro endêmico. No primeiro estágio da doença em Ponta Grossa todos eram transmissão importada, que vinham de pessoas que chegavam de outros centros endêmicos. O protocolo era cuidar de quem chegava de viagem internacional, depois de quem vinha de outros estados. E por último, no estágio atual, temos a transmissão comunitária, onde não é mais possível identificar a origem da infecção da pessoa.

 

DC: O que muda no contágio?

Dr. Compasso: A transmissão está muito bem estabelecida dentro de nosso território, e uma pessoa testada positivo responde que não viajou e não teve contato com ninguém que viajou. É quando fica claro que ela se contaminou na sua própria cidade. É a transmissão comunitária ou sustentada.

 

DC: Quais cuidados a população deve ter agora?

Dr. Compasso: Nós tivemos o privilégio de passar por um período de mudança de consciência, de hábitos e disciplina, envolvendo assepsia pessoal e higiene. Hoje as pessoas já têm o hábito de lavar as mãos com frequência, passar álcool gel nas superfícies de contato e maior limpeza doméstica. Também por hábito ou por força legal, também usam máscara. Hábitos que criamos antes de termos transmissões sustentadas. Temos que reforçar essas práticas, que são importantes para diminuir a transmissão.

 

DC: O chamado lock down é uma medida possível?
Dr. Compasso:
Não dá pra falar em lock down, que significa todo mundo preso em casa. É muito difícil falarmos em isolamento social, porque está mais do que claro que é necessário flexibilizar o isolamento, em razão da sobrevivência dos setores da economia. Mas é nossa obrigação fazer o chamado distanciamento social. Sair na rua, mas não ir em aglomerações. Na fila do banco, manter a distância da pessoa à frente. No elevador, entrar sozinho. São medidas que estão dentro do rol das coisas que temos que fazer.

*Dr Pedro Compasso é médico no Super Dr. Saúde Integrada

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.