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Mercado gastronômico movimenta R$ 42 milhões em Ponta Grossa

Você já parou para calcular o quanto gasta com alimentação fora de casa? No ano passado Ponta Grossa tinha um potencial de consumo de R$ 348,43 milhões nesta categoria – mas, apesar deste número ter sofrido um leve decréscimo (-R$ 34 mil) frente ao calculado para 2018, o mercado gastronômico da cidade foi na contramão e registrou um amento tanto na quantidade de estabelecimentos ativos, quanto em riquezas geradas pelo segmento.

Segundo levantamento da Secretaria Municipal da Fazenda elaborado a pedidos do jornal Diário dos Campos, Ponta Grossa fechou 2019 com 887 alvarás que constam como ativos de bares, restaurantes e lanchonetes. São 277 a mais do que em 2016 e, desde então, a maior alta de um ano para o outro (19%), com 142 estabelecimentos novos.

Quando avaliado o quanto este mercado movimenta na economia local os números são ainda mais expressivos: o valor adicionado (riquezas geradas) do segmento passou de R$ 29,5 milhões em 2016 para a estimativa de R$ 42 milhões em 2019 – número que ainda não foi fechado e pode resultar em um desempenho ainda maior. Foram R$ 12,5 milhões de crescimento em apenas quatro anos, montante que mostra a força do setor e, consequentemente, do aumento de consumo da população, seja ela local ou não.

“Os números realmente surpreendem, vejo que é bem positivo e pelo que foi colocado de crescimento a tendência desse setor específico é boa. As pessoas estão procurando fazer esse consumo em bares, restaurantes e lanchonetes e isso se demonstra através dos números”, avalia o secretário da Fazenda, Cláudio Grokoviski. “É uma cadeia muito positiva, que gera valor adicionado, movimenta o comércio e gera empregos e riquezas para o município”, conclui.

Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais (SHRBS), Daniel Wagner, este aumento se deu tanto pelo aumento da confiança dos empresários, quanto pelas formalizações e mudanças de comportamento dos consumidores. Um exemplo disso é a popularização dos food trucks e dos restaurantes que produzem apenas para delivery.

“Os aplicativos de entrega aumentaram as oportunidades para muitas pessoas. O importante é que a economia está se movimentado e a gastronomia é um segmento muito importante”, avalia Wagner. “E trabalhando bem há espaço para todo mundo: há o momento em que a pessoa quer comodidade e pede a entrega em casa, mas quando quer experiência e entretenimento, sai de casa por querer um ambiente diferente”, lembra o representante do setor.

Formalização

O número de estabelecimentos apontado pelo levantamento considera todos os portes de empresas, incluindo os microempreendedores individuais (MEIs). Para Daniel Wagner, isso também um fator positivo por indicar mais formalizações e geração de renda. “A figura do MEI se popularizou mais, muitas vezes eram pessoas que já estavam trabalhando há anos e agora se encorajaram a se formalizar, podendo ter acesso a linhas de crédito, por exemplo. Como o MEI também é uma pessoa ativa, embora não aumente a estatística de emprego, gera riquezas e impostos para a cidade”, destaca o representante do setor.

“É necessário se diferenciar pela qualidade dos produtos. Inovar, buscar e causar uma boa experiência para as pessoas”, destaca Daniel Wagner

 

Empregabilidade

Segundo dados repassados pelo presidente do SHRBS, as pequenas empresas do segmento são as que mais geram empregos em Ponta Grossa. 79,8% dos estabelecimentos possuem de um a cinco funcionários e 9,1% têm de seis a dez colaboradores. Na faixa de onze a vinte funcionários figuram 7,9% empresas da cidade e 3,2% empregam de 21 a 50 trabalhadores; os números também contemplam os hotéis da cidade. “É importante que todas as empresas participem do nosso grupo, se associem ao sindicato, por precisamos dele dinâmico e forte para representar os empresários e fazer as melhores negociações para melhorar o ambiente de negócios e desburocratizá-lo, respeitando os direitos trabalhistas”, afirma Daniel Wagner.

Turismo

O presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares dos Campos Gerais (SHRBS) também lembra que o mercado gastronômico é um importante componente para o turismo da cidade. “Temos que receber bem os visitantes; os lugares que se propõem a isso têm a grande responsabilidade de fazer parte de uma das maiores lembranças dos turistas: a experiência com a cidade”, afirma Daniel Wagner.

“Quando pensamos em turismo lembramos de primeira dos hotéis e restaurantes, mas o dinheiro que o visitante gasta nesses locais é distribuído na cidade: paga o funcionário, o fornecedor e o prestador de serviços. Chamamos de deslocamento de PIB, pois é um dinheiro ganho fora da cidade que é circulado aqui”, aponta o representante, lembrando que com os novos voos diretos de Ponta Grossa a Foz do Iguaçu, o fluxo de viajantes deve aumentar.

 

Tradição se mantém em alta

Prato típico de Ponta Grossa, o alcatra no espeto ainda é acompanhado de arroz branco, feijão preto, polenta frita, salada de tomate, folhas verdes e cebola roxa, maionese e pão francês (Foto: Fábio Matavelli)

Mesmo com todas as novidades do mercado gastronômico ainda há espaço para a tradição. É o caso da Churrascaria Zancanaro, que já soma 54 anos de atendimento ao público e está na terceira geração da família com o mesmo sobrenome. “O nosso prato mais tradicional é o alcatra no espeto; desde 1966 servimos o sistema de espeto fixo. Ao decorrer dos anos ele se tornou o prato típico de Ponta Grossa, o que acabou atraindo ainda mais consumidores; porém, o servimos desde a nossa fundação”, conta Virgílio Zancanaro, neto do idealizador da churrascaria, que hoje toca o negócio junto à sua família.

 

Autoatendimento é tendência

Totens para fazer o pedido 100% digital têm se popularizado entre restaurantes (Foto: Fábio Matavelli)

O autoatendimento é uma forma do mercado da gastronomia agilizar a entrega dos seus produtos; além do delivery, drive thru e pedidos antecipados para retirada no estabelecimento, outra tendência que vem se difundindo são os totens de atendimento. O Jeronimo, marca de fast food do grupo Madero, é um dos exemplos de restaurante que trabalha com esse sistema. Na unidade de Ponta Grossa, inaugurada no ano passado, os pedidos são feitos 100% pelos totens – que, na visão da empresa, trazem inúmeras vantagens.

“Operacionalmente falando, conseguimos ter uma operação mais enxuta e mais eficiente. A gente tem agilidade porque consegue reduzir tempo e esforços no atendimento direto ao cliente e focar na entrega, na limpeza do salão, etc. Tanto que nossos produtos são entregues em até cinco minutos. Mas a tecnologia não traz apenas essa eficiência operacional. Para o cliente, há maior liberdade de escolha, porque ele trabalha sozinho no totem. É interativo, intuitivo, muito fácil de usar. Por ser uma novidade, faz com que o cliente tenha interesse em testar e escolher até produtos extras, que não estavam previstos. Então, nesse sentido, ajuda bastante também no upselling”, destaca o vice-presidente de Operações do Grupo Madero, Rafael Mello.

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