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Miguel Sanches Neto é finalista de prêmio literário

Os leitores do romancista paranaense Miguel Sanches Neto estão na expectativa da solenidade de entrega do Prêmio São Paulo de Literatura 2017, que será no próximo dia 6 de novembro. O autor, que reside em Ponta Grossa, concorre na categoria Melhor Livro do Ano 2016 com A Bíblia do Che, o primeiro romance sobre a Lava-Jato.

Sensível à política do Brasil atual, Miguel Sanches Neto fez da Operação Lava Jato o pano de fundo ideal para a narrativa. O trabalho de construção da obra exigiu uma peregrinação do autor por locais emblemáticos da passagem de Che Guevara pela América Latina. “Escrevi este livro em 3 cadernos, viajando para isso até as cordilheiras bolivianas onde Che Guevara foi morto e Havana, em Cuba. É um dos romances que chamo de demipolicial, em que os recursos das histórias policiais são usados para fins literários”.

A Bíblia do Che é um desdobramento de outro romance do autor, A Primeira Mulher. O personagem-narrador é um ex-professor de literatura que, depois de uma década de reclusão em Curitiba, é contratado por um velho amigo para localizar um exemplar da bíblia que teria pertencido a Che Guevara. A busca o coloca no centro de uma trama perigosa arquitetada por um lobista que usa as pessoas ao seu redor para enriquecer.

O Luigi Ricciardi, doutorando em literatura e leitor da obra de Miguel Sanches Neto, ressalta que apesar de Che Guevara ser uma figura icônica da história da América latina, dificilmente é mostrado, mesmo dentro da ficção, como um ser humano, sem partidarismos pró ou contra. “Além de aproveitar uma lacuna da lenda local sob a passagem do revolucionário pelo Brasil, Miguel Sanches Neto tece uma narrativa bem amarrada, recuperando o professor Carlos Eduardo, ótimo personagem do romance A Primeira Mulher. Por essas razões, A Bíblia do Che merece levar o Prêmio São Paulo de Literatura”, diz Ricciardi.

 

Sobre o autor

Miguel Sanches Neto nasceu em 1965, em Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná. Em 1969, mudou-se para Peabiru, onde passou a infância. Em 1969, mudou-se para Peabiru, onde passou a infância. Formado em Letras, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutor em Letras pela Unicamp (1994-1998), Miguel Sanches Neto fez seu pós-doutoramento na Universidade do Minho, Portugal. Professor-associado de Literatura Brasileira na Universidade Estadual de Ponta Grossa, estreou com Inscrições a giz (1991), vencedor do Prêmio Nacional Luís Delfino de Poesia de 1989. Colunista da Gazeta do Povo de 1994 a 2012, tem artigos publicados na Carta Capital (SP), Veja (SP), Bravo! (SP), Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Valor Econômico, O Globo, Jornal do Brasil e inúmeros outros jornais e revistas. Recebeu, entre outros, os prêmios Cruz e Sousa (2002) e Binacional das Artes e da Cultura Brasil-Argentina (2005). Foi finalista mais de uma vez nos prêmios Portugal Telecom e São Paulo de Literatura. É autor de mais de 1000 artigos de crítica literária, publicados em jornais e revistas brasileiras. Atualmente mora em Ponta Grossa, Paraná, onde é professor universitário.

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