Mais de 140 militares do Exército estão reunidos em Ponta Grossa, até a próxima semana, para realizar o planejamento e a condução de operações militares nos escalões Divisão de Exército e Brigada. A ação trata-se de um Exercício no Terreno de Operações Táticas e é realizada pela Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME), localizada no Rio de Janeiro, em parceria com a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada.
Na atividade, 130 militares superiores brasileiros e 11 oficiais oriundos da Argentina, Angola, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Guatemala, Paquistão, Paraguai, Peru e Uruguai, têm a oportunidade de realizar o planejamento, a simulação e a condução de operações militares em casos de uma possível invasão e guerra em Ponta Grossa. Os militares atuaram nas frentes de ataque e defesa.
"Hoje os oficiais colocaram em prática o que fizeram em sala de aula. Eles montaram um planejamento simulando uma possível invasão nesta região. Hoje confrontaram com a realidade do terreno da região", comentou o coronel Wilton Lopes de Barros, subcomandante da ECEME.
"Esse curso é uma vitrine para o Exército, onde os alunos serão os futuros sucessores dos generais e comandantes. Além disso, os oficiais estrangeiros participam do curso no Brasil através de um intercâmbio do Exército Brasileiro com outros países", destaca o tenente-coronel Gadelha, oficial de Comunicação Social da ECEME.
Experiências
A reportagem do Jornal Diário dos Campos acompanhou de perto o segundo dia de treinamento dos oficiais, realizado na última sexta-feira (9), na localidade de Uvaia. A reportagem conversou com quatro oficiais participantes que relataram as suas experiências durante o treinamento.
Para Helmut Ramirez, tenente-coronel do Exército do Chile, o curso é uma forma de oportunizar conhecimentos que poderão ser disseminados em seu país. "Como oficial do exército chileno somos designados a formar turma para adquirirmos conhecimento e também conhecer um pouco da cultura brasileira. É também uma oportunidade para desenvolver o conhecimento do exército brasileiro", comenta.
Já o tenente-coronel Fernando Olalde, do Exército da Espanha, conhecer o exército brasileiro tem sido uma grande experiência de vida. "Observar as diferenças entre todos os oficiais que estão participando é uma grande forma de cooperação", diz.
Brasil
Oficiais do Exército do Rio de Janeiro, alunos da ECEME, apontaram a importância de Ponta Grossa e região para um treinamento como este. "A Escola de Comando é de mais alto nível da Força. É uma experiência muito interessante em fazer este planejamento em sala de aula e poder desenvolvê-lo em Ponta Grossa. Vemos aqui como uma região interessante na questão científico-tecnológica e econômica", comenta o major Paulo Eustáquio Júnior. "É realmente um aprendizado de grande poder no cenário nacional", complementa o major Deivid Neto de Oliveira.
5ª Brigada
A 5ª Brigada de Cavalaria Blindada atuou juntamente com a ECEME na realização do treinamento e, na visão do general Alcides Valeriano de Farias Junior, a região de Ponta Grossa é uma localidade importante para que a Escola de Comando possa desenvolver suas atividades.
"A cidade tem um importante entroncamento rodoferroviário e industrialização em crescimento. Por isso, a escolha de reativar este exercício, após 18 anos, na nossa cidade", finalizou o general.
Confira, no vídeo, as entrevistas com os oficiais e imagens da ação:
Painel Acadêmico-Militar
Durante o treinamento, a ECEME também realiza um painel Acadêmico-Militar no nível pós-graduação integrando alunos civis e militares às atividades do Exercício no Terreno.
Aniele dos Santos Farroco, 25 anos, é formada em Relações Internacionais e cursa mestrado em Ciências Militares na ECEME. Ela, juntamente com o aluno de doutorado em Ciências Militares Defesas Cibernéticas, Leonardo Vichi, vieram até Ponta Grossa para acompanhar o treinamento dos oficiais.
"Resolvi estudar a área militar desde a minha graduação e acho muito válida esta experiência de estar acompanhando hoje", disse a estudante. "Eu já vinha de um percurso acadêmico estudando a área militar e vi na ECEME uma oportunidade de realizar a minha pesquisa", complementou Leonardo.