Devido aos crescentes casos de suspeitas do novo coronavírus, nos últimos dias mercados de todo o estado registraram uma intensificação no movimento, com diversos clientes fazendo grandes compras tanto para evitar ter que se deslocar em outros momentos, quanto por receio de uma possível crise de desabastecimento. Ponta Grossa, por exemplo, foi uma das cidades mais afetadas durante a greve dos caminhoneiros, quando se observou um comportamento semelhante por parte dos consumidores – mas, diferentemente daquela ocasião, agora a logística não é um problema, conforme destacam os representantes do setor.
“Os supermercados fazem parte de atividade essencial e vão continuar funcionando normalmente. Realmente, o movimento nos supermercados foi muito intensificado nos últimos dias, mas não existe, até o momento, risco de desabastecimento, até mesmo porque os supermercados trabalham com um estoque de 30 a 45 dias”, garante a Associação Paranaense de Supermercados (Apras).
Conforme explica a Associação, a tranquilidade do setor se dá pelo fato de que as indústrias brasileiras seguem trabalhando normalmente e só haverá motivos para o desabastecimento caso a produção industrial seja afetada. “A situação só pode se complicar caso o vírus se alastre e os funcionários das indústrias fiquem impossibilitados de trabalhar, o que vai diminuir a produção e a oferta”, afirma.
A reportagem do Diário dos Campos procurou as três maiores redes de hipermercados da cidade – Tozetto, Condor e Muffato, e todas reforçaram que possuem estoque para pelo menos mais quatro semanas e não devem contar com problemas de abastecimento, pois já contam também com novos pedidos em andamento. As empresas também informaram que estão tomando medidas de precaução como a intensificação da higienização de carrinhos e cestas de compras, além de treinamentos de colaboradores.
“A Apras pede para que as pessoas não entrem em pânico e que evitem estocar alimentos”, destaca a Associação Paranaense de Supermercados
Álcool em gel
O único produto que se encontra em desabastecimento é álcool em gel. Ele, juntamente com outros itens de limpeza e higiene pessoal – principalmente papel higiênico – é o mais procurado na última semana. “Não senti nenhuma dificuldade de abastecimento, a não ser no caso do álcool em gel. Depois que recebi, em meia hora acabou o estoque”, conta Marcos Barbosa de Souza, proprietário do Supermercado Dmenjon, localizado no bairro Ronda. Conforme destaca o empresário César Tozetto, esse problema se dá por o produto ter muita elasticidade de venda: “Vendia pouco e agora todo mundo quer”.
Orientações
A Apras recomendou que os supermercados disponibilizem em suas lojas sabonete antibacteriano nos banheiros, álcool em gel em pontos estratégicos e que mantenham seus carrinhos de compras e corrimões sempre higienizados. “Também orientamos que os supermercados que possuam ar condicionado mantenham os componentes do sistema limpos de forma a evitar a difusão ou multiplicação de agentes nocivos”, informa a associação.
O empresário César Tozetto também destaca que a conscientização dos clientes, além do treinamento dos funcionários, higienização e logística de abastecimento, é imprescindível. “Uma medida interessante é vir apenas uma pessoa por família vir fazer as compras”, exemplifica.
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