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Nova cultivar de feijão bate recorde de rendimento do IAPAR

Após doze anos de estudo o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) lançou, em Ponta Grossa, uma nova cultivar de feijão preto, a IPR Urutau. Seu tempo médio de cozimento é de 19 minutos e seu teor médio de proteína é de 21%, mas o que mais se destaca é um aspecto técnico. Ao longo dos seus 48 anos o IAPAR já entregou cerca de duzentas cultivares de diversos produtos agrícolas – 38 são de vários grupos de feijão e a nova espécie é a de maior rendimento já lançada pelo Instituto, alcançando um potencial produtivo médio de 4.910 quilos por hectares.

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destaca o desempenho nos testes de pesquisa. “Talvez seja a melhor cultivar de feijão que o IAPAR já tenha criado. Se bem manejado, este feijão pode ter alto rendimento com custos menores”, aponta Ortigara.
Uma das criadoras do IPR Urutau é Dra. Vania Moda Cirino, especialista em melhoramento genético vegetal do IAPAR. Ela afirma que a nova espécie é capaz de produzir até duzentas sacas por alqueire, 50% a mais do que a soja. “Esse índice é superior à produção de soja e, por ter preço maior, tem mais rentabilidade para o produtor. Com esse produto podemos dar mais condições e desempenho para as famílias rurais”, diz a pesquisadora.

Segundo o diretor de pesquisa do IAPAR, Rafael Fuentes Llanillo, a nova cultivar supera as melhores variedades de feijão em cerca de 12%. Segundo ele, é fruto de um cruzamento feito em 2006 entre quatro variedades, buscando principalmente o ciclo mais curto e resistência a doenças, além da qualidade para o cozimento. “Existe um sistema de multiplicação dessa semente, onde ela sai da mão do pesquisador e é entregue a parceiros multiplicadores que têm contrato com o IAPAR e a Secretaria. Já na safra 19/20 ela estará à disposição dos produtores”, afirma.

A espécie é indicadapara os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e estuda-se o registro para Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento afirma que em algumas regiões é possível fazer três safras. “Além da melhora na produção e redução dos custos para os agricultorespoderemos abastecer a demanda de consumo do Brasil, hoje de 3,1 milhões de toneladas por ano, reduzindo a importação de outros países”, prevê Norberto Ortigara.

 

Resistente a doenças

Outro destaque é o bom comportamento frente às principais doenças que atingem lavouras de feijão: a IPR Urutau apresenta resistência à ferrugem, oídio e mosaico comum eé moderadamente resistente à antracnose, mancha angular, murcha-de-curtobacterium, crestamento bacteriano comum e murcha de fusário.

Possui ciclo semiprecoce e, pelo porte ereto, proporciona mais eficiência na operação de colheita, sendo indicada para a colheita mecânica.Produz cerca de 14 vagens por planta, com seis sementes pretas de brilho opaco em cada vagem; a massa de mil sementes é de 230 gramas.

Plantação possui ciclo médio de 84 dias da emergência ao ponto de colheita (Foto: José Aldinan)

 

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