O acordo de leniência firmado entre a CCR Rodonorte e o Ministério Público Federal (MPF) prevê que a empresa pague R$ 750 milhões até o final do seu contrato de concessão, que encerra no final de 2021. Deste valor, R$ 35 milhões foram em formato de multa, R$ 350 milhões voltados à redução de 30% das tarifas de pedágio e os outros R$ 365 milhões em obras estruturais no perímetro de atuação da concessionária. Para detalhar todas essas obras que devem ser iniciadas em junho e finalizadas até novembro do próximo ano a reportagem do Diário dos Campos entrevistou o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
No total, são oito grandes obras de interseção, além de duplicações de pistas. “O trecho da CCR contempla as rodovias de Ponta Grossa a Curitiba, Ponta Grossa a Jaguariaíva e Ponta Grossa a Apucarana, pela Rodovia do Café. A PRF indicou os pontos com mais acidentes com vítimas fatais e priorizamos por isso. Vamos entregar até o final do contrato, que tem previsão para novembro de 2021”, afirmou ele.
Entre elas, duas são em Campo Largo e o restante é na região dos Campos Gerais. “São correções estratégicas e, além deste pacote, também garantimos a instalação de una passarela em Carambeí, que é uma cidade dividida pela rodovia. A negociação foi feita através de um acordo de R$ 20 milhões que uma empresa satélite da CCR fez com o MPF; a passarela está tendo o seu projeto finalizado e deve ficar em torno de R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões”, contou Sandro Alex.
Segundo ele, a maior parte das vagas de emprego que serão geradas nas obras serão anunciadas e intermediadas pela Agência do Trabalhador. Confira, a seguir, mais informações sobre cada uma das obras que integra o pacote de R$ 365 milhões do acordo de leniência da CCR Rodonorte com o MPF. A entrevista completa com o secretário estadual foi transmitida ao vivo e está disponível no final desta matéria.
Viadutos na Souza Naves/Ponta Grossa
A avenida Souza Naves, na BR 373, receberá dois viadutos: um na região do Sabará (Km 173) e outro na região Bocaina (Km 180), ambos com marginais com duplo sentido. “O grande problema hoje é o impacto de quem está na estrada e quem está buscando o acesso à cidade, que se depara com os caminhões que têm hora para chegar no porto, por exemplo. Com a nova estrutura, quem segue pela rodovia não atrapalha a vida da cidade; a rodovia vai ter fluxo normal com ganho de marginais em dois níveis”, avaliou Sandro Alex.
Segundo ele, a obra do Sabará iniciará na terceira semana de junho, terá ciclofaixas e passagem superior de um lado para o outro, inclusive com giro de caminhões. Na da Bocaina, que também tem previsão para ser começada em junho, o cruzamento da rodovia será por baixo, também terá marginais e retorno em dois sentidos.
Viaduto da Tetra Pak
O km 499 da BR 376, na altura da Tetra Pak, também deverá receber um novo acesso. “Ali é um conflito da entrada de Ponta Grossa, retorno da BR 376 e retorno de quem vem pela 151. Quem quer fazer retorno faz na entrada da cidade, onde sempre tem muitos caminhões que ficam aguardando o cruzamento”, lembrou o secretário, afirmando a necessidade do viaduto. “Vamos dar acesso ao Distrito Industrial, com a possibilidade de retorno a Curitiba sem entrar na cidade e também haverá uma ligação com regiões como o Cará Cará e Santa Bárbara. Ou seja, será possível sair do aeroporto, entrar na rua que sai na Heineken, pegar o viaduto e sair no contorno leste lá no hospital regional, por exemplo”, falou ele.
Viaduto na Frísia
Outra entrada de Ponta Grossa que receberá um viaduto é a da PR 151, que recebe o trânsito vindo do norte, São Paulo, Castro, Tibagi, Jaguariaíva, entre outros. “Hoje temos indústrias nesse trecho como Frísia e DAF. No final do dia o retorno acaba tendo filas que avançam a rodovia e geram perigo, e há a necessidade de uma interseção em desnível para quem quer chegar em Ponta Grossa, retornar para o norte ou seguir para Curitiba”, disse Sandro Alex. O local receberá um viaduto com três níveis: um inferior, um na altura da rodovia e um superior a ela.
Trevo em Piraí do Sul
Outra obra que integra o pacote de leniência da CCR Rodonorte é o trevo das Brotas, na entrada principal de Piraí do Sul, região dos Campos Gerais. “A obra já foi iniciada e é um trevo que dá acesso à cidade e ao santuário, um local de peregrinação e que todos os anos tem uma movimentação enorme da Polícia Rodoviária para evitar acidentes”, contou Sandro Alex.
Viaduto em Castro
Castro também receberá um viaduto, que deve ter suas obras iniciadas na segunda quinzena de junho. “Além de dar segurança no acesso ao município, o novo viaduto também dará acesso à cooperativa Castrolanda e novas indústrias que se instalaram na região, como Cargill e Evonik”, destaca o secretário estadual de Infraestrutura e Logística.
Viadutos em Campo Largo
As outras duas obras serão realizadas em Campo Largo, na BR 277, no Jardim Guarany e Cercadinho. “Quando o motorista segue pela rodovia, próximo a Curitiba, temos esses dois gargalos que geram congestionamentos. Nessas duas áreas serão feitas obras de arte de interseção em desnível com marginais, porque é preciso cruzar a rodovia. É uma necessidade muito antiga para disponibilizar retornos e mobilidade sem comprometer a segurança”, adianta Sandro Alex, afirmando que uma apresentação oficial das obras deve ser feita nos próximos dias.
Duplicação da Rodovia do Café
Por fim, o recurso deve ser investido na duplicação da Rodovia do Café, na BR 376. “Vamos dar continuidade à essa duplicação que hoje está em Tibagi e deve seguir até Imbaú”, afirmou o gestor público. Serão realizadas obras nos trechos entre os km 394,5 a 403 e do km 411,3 ao km 431.