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Padre de PG está há cinco anos em missão na Amazônia

Há cinco anos, a Diocese de Ponta Grossa mantém sacerdote na Prelazia de Lábrea, a 852 quilômetros de Manaus, no Amazonas. O padre José Nilson Santos embarcou em missão em outubro de 2016, quando foi substituir o primeiro missionário diocesano, padre José Lauro Gonçalves Gomes, que ficou quatro anos na Prelazia. Ao todo, são quatro paróquias, situadas em quatro municípios.

Padre Nilson está na Nossa Senhora de Nazaré, em Lábrea, que conta com 44 mil habitantes, e é onde fica a catedral, onde mora o bispo, o espanhol dom Santiago Sánchez Sebastian. O sacerdote responde pela área pastoral de cinco comunidades, com cerca de dez mil habitantes.

Padre Nilson, outros três padres e dom Santiago atendem mais de 60 comunidades, aldeias indígenas e 20 ‘ramais’, povoações de agricultores a beira da estrada, que liga Lábrea a Humaitá. “São comunidades bastante desassistidas. Não tem como chegar. Lá, são duas estações, chuva e sol. Quando esquenta, a estrada seca e nos voltamos para o rio”, explica, citando que o principal meio de transporte é o fluvial já que as distâncias são grandes para serem percorridas de carro e a condição das estradas são precárias. “E faltam sacerdotes. Não tem diáconos e os agentes de pastorais e catequistas são em número muito reduzido”. Os moradores vivem da pesca, da exploração da madeira e criação de gado O contato é feito por intermédio de dois barcos, com dez lugares, movidos a diesel.

 

‘Desobrigas’

Religiosas da congregação Missionárias Agostinianas Recoletas organizam ação pastoral, que envolvem encontros de formação e ‘desobrigas’, como eram conhecidas antes do Concílio Vaticano II as visitas de padres. “O sacerdote rezava missa, ministrava sacramentos, atendia o povo e só voltava no ano seguinte. Ficava desobrigado daquela comunidade”, detalha o padre. Na Prelazia, as visitas são acompanhadas das religiosas e de alguns leigos, e, são feitas em duas etapas, “justamente porque é muito longe. Leva-se cinco dias só para chegar”. São duas desobrigas por ano. Em cada uma fazem 30 comunidades, passando um dia em cada comunidade, onde moram de 30, 40 famílias.

“Estar lá enche de gratidão o meu coração. Poder partilhar a fé, o meu ministério e, ao mesmo tempo, ser a presença desta Igreja em Saída, que vai ao encontro das comunidades, das realidades mais necessitadas do Evangelho porque todos os homens e mulheres, de todos os tempos, têm os mesmos anseios, as necessidades que vem da Palavra de Deus”, comenta padre Nilson. A Prelazia de Lábrea pertence ao Regional Oeste 2, cuja sede é Porto Velho, em Rondônia, distante aproximadamente 500 quilômetros de carro.

 

Recursos

A Prelazia de Lábrea sobrevive exclusivamente com recursos de outras dioceses. Somente as ‘desobrigas’ exigem um investimento de R$ 8 mil, gastos com o salário de um funcionário, alimentação, diesel e gasolina. As despesas de toda a dimensão pastoral são cobertas por intermédio de projetos de auxílio. “As paroquias não têm como manter a Prelazia porque têm suas despesas próprias. A missão se utiliza do projeto Igreja Irmã, que envia missionários e os mantêm lá por três anos, e, campanhas de arrecadação. Recebemos ajuda da Espanha, da Alemanha, do Rio Grande do Sul, do Espírito Santo, de Ponta Grossa, porém, não é o suficiente”, argumenta o padre.

Para. 2018, o bispo Santiago Sebastian escreveu a dom Sergio Arthur Braschi, reforçando o pedido de ajuda de Ponta Grossa. Depoimento do bispo sobre a importância das atividades na Prelazia foram mostradas aos padres em um documentário de 30 minutos, durante a reunião geral do clero, em novembro. Dom Sergio já disse que a Diocese vai ajudar. Representantes de algumas paróquias convidaram padre José Nilson, que está de férias em Tibagi, para falar sobre o trabalho missionário durante as celebrações, se prontificando a colaborar. Diretores de seminários e integrantes de congregações também vão ajudar. “Praticamente, as viagens para desobrigas estão garantidas”, comemorou o sacerdote.

Nos dias das visitas, a comunidade para. Todos se reúnem para receber o sacerdote (Divulgação)

 

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