Após vencer o Vasco da Gama, em São Januário, no Rio de Janeiro, e conquistar seu 10º título do Campeonato Brasileiro com um jogo de antecedência, o Palmeiras então reencontrou sua torcida no domingo (2), no Allianz Parque. Em partida válida pela 38ª e última rodada do Brasileirão, o time paulista carimbou o seu eficiente futebol e superou o já rebaixado Vitória por 3 a 2. Edu Dracena, Gustavo Scarpa e Bruno Henrique marcaram para os alviverdes, enquanto Yago e Luan descontaram para os rubro-negros. Foi assim, a história do jogo da entrega da taça de campeão, que foi erguida então pelo capitão Bruno Henrique, com direito a volta olímpica no reduto palmeirense para o delírio torcida.
Sob o comando do técnico Luiz Felipe Scolari, o auxiliar técnico nesta conquista foi Paulo Turra, que treinou o Operário Ferroviário em 2013. “Ser campeão brasileiro é algo indescritível, é algo único na vida. Mas a torcida do Operário também sentiu isso e é maravilhoso”, resumiu Turra.
A temporada de 2018 pode ser considerada histórica para o agora decacampeão Palmeiras ao longo de seus 104 anos de existência. Isso se deve ao fato de a agremiação palestrina ter acumulado impressionantes números durante o ano, como, por exemplo, ter marcado o gol de número 2 mil de sua história no Brasileirão, ter obtido seu maior número de vitórias do século XXI em uma única temporada e ter conquistado a maior sequência invicta da história dos pontos corridos. Além disso, com o este título brasileiro nesta temporada, o Palmeiras se confirma como o maior vencedor do torneio.
Tudo porque a CBF decidiu unificar os títulos dos clubes antes do Brasileirão de 1971. Ou seja, as Taças Brasil, além do título do Robertão, também em duas oportunidades. Ambos eram os torneios nacionais disputados entre os anos de 1959 e 1970, e foram considerados Campeonatos Brasileiros na contagem de títulos.
Desta forma, o Verdão que conta com seis títulos brasileiros desde 1971, acabou subindo para 10 conquistas após a unificação das duas Taças Brasil (1960 e 1967) e dois títulos do Robertão (1967 e 1969). A CBF reconheceu as conquistas após receber e analisar o chamado “Dossiê pela Unificação dos Títulos Brasileiros a Partir de 1959”. Confira os títulos:
Títulos Brasileiros do Palmeira
1960 – Taça Brasil
Campeão paulista no ano anterior, o Palmeiras conquistou seu primeiro título brasileiro na segunda edição da Taça Brasil, em 1960. Na decisão, o Alviverde enfrentou o Fortaleza, e venceu as duas partidas para garantir a conquista.
1967 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa
Djalma Santos, Baldocchi, Dudu, Ademir da Guia, César Maluco, entre outros craques. Não são poucos os ídolos do Palmeiras que fizeram parte da Primeira Academia. O Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967 marcou o primeiro título daquela equipe. O título veio após uma vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no Pacaembu, com dois gols de Cèsar, artilheiro do campeonato.
1967 – Taça Brasil
O segundo título da Taça Brasil veio sete anos depois. Novamente campeão paulista, o Palmeiras ganhou o direito de entrar numa fase mais avançada da competição. O torneio, que marcaria a consolidação da primeira Academia, foi decidido diante do Náutico, em três jogos. A decisão foi disputada no Maracanã.
1969 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa *
O Robertão de 1969 é considerado o último capítulo glorioso da Primeira Academia de Futebol. Com a extinção da Taça Brasil, o Roberto Gomes Pedrosa foi o único torneio nacional daquele ano. O Palmeiras acabou campeão depois de um quadrangular final com Botafogo, Corinthians e Cruzeiro. O título veio com uma vitória por 3 a 1 sobre o Bota na última rodada. Essa conquista também é lembrada como o lançamento de alguns ícones da Segunda Academia, como Leão e Luís Pereira.
1972 – Campeonato Brasileiro
Três anos separaram o último título do Robertão da conquista do Brasileiro de 1972. A Academia mudou algumas peças, mas manteve o seu futebol encantador. Ainda comandado por Ademir da Guia e Dudu, o time ganhou os reforços de Luis Pereira, Eurico, Edu Bala, Nei, entre outros. Alguns deles já estavam no time na Primeira Academia, mas só se firmaram com o passar do tempo. Na final, o Palmeiras empatou com o Botafogo de Jairzinho em 0 a 0 e, por ter a melhor campanha, garantiu seu quinto título nacional.
1973 – Campeonato Brasileiro
Em um futebol tão competitivo como o brasileiro, não é comum um time ser campeão nacional consecutivamente. Mas foi o que a Academia conseguiu em 1973. Praticamente ninguém passou pela defesa Alviverde, que sofreu apenas 13 gols em 40 partidas, e o título veio após um empate em 0 a 0 com o São Paulo, no Morumbi.
1993 – Campeonato Brasileiro
Depois da Academia de Futebol, o Palmeiras amargurou duas décadas sem um título brasileiro. O fim do jejum veio em 1993, com jogadores do quilate de Edmundo, Evair, Roberto Carlos e Zinho. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o time cheio de estrelas perdeu apenas dois de seus 22 jogos no Brasileirão, conquistando o sétimo título da história do Palmeiras. No jogo decisivo, o Porco derrotou o Vitória por 2 a 0.
1994 – Campeonato Brasileiro
21 anos após o bicampeonato da Segunda Academia, o Palmeiras repetiu a façanha. Mantendo a base do time campeão no ano anterior, o Alviverde conquistou o seu oitavo título brasileiro em 1994. Dessa vez, porém, a conquista veio com um gosto especial. O Palmeiras derrotou na final o Corinthians, que também não deixava a desejar no quesito estrelas. Mas contra o time de Marcelinho Carioca, Branco e Viola, a melhor ficou para o Porco.
2016 – Campeonato Brasileiro
A torcida do Palmeiras esperava ansiosa pelo fim do maior jejum de títulos brasileiros da história do clube, e ele veio. O Palmeiras conquistou o Brasileirão de 2016 com uma campanha consistente e muito eficiente, garantindo o nono campeonato brasileiro da história do clube. A conquista foi a primeira do clube na era dos pontos corridos, e veio com uma rodada de antecedência, na vitória contra a Chapecoense, no Allianz Parque.
2018 – Campeonato Brasileiro
Dois anos após o último título, o Palmeiras chegou ao décimo título de campeão brasileiro. Com uma campanha quase impecável, a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari levantou o troféu com uma rodada de antecedência e com 22 jogos de invencibilidade ao derrotar o Vasco da Gama, por 1 a 0, em São Januário.