Rodrigo Covolan |
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O curso tem duração de quatro meses e é estruturado em 12 lições, ministradas obrigatoriamente por um PM fardado |
O uso de drogas em especial o crack é considerado o mal do século. Além dos danos à saúde, o vício em entorpecentes desencadeia também vários crimes. Essas são preocupações constantes da Polícia Militar e, por isso, há 12 anos a corporação desenvolve em Ponta Grossa o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Em 2013, mais 6,7 mil alunos serão formados, totalizando 48 mil desde 2001. A próxima formatura está para marcada para o dia 25 de setembro.
De acordo com o tenente Saulo Hladyszwski, comandante do 5º Pelotão da 1ª Companhia do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária, o Proerd é o maior programa de prevenção ao uso de drogas do mundo. O policial tenta ensinar aos estudantes adolescentes a resistir às pressões dos colegas que oferecem drogas, explica.
Ele destaca que os PMs vão às salas de aula para repassar as lições do Proerd, o que também é uma forma de aproximar o policial da comunidade. Desde o início, a pessoa vai estabelecendo confiança no trabalho policial, diz Saulo.
Segundo o tenente, o trabalho do Proerd tem trazido resultados significativos para a sociedade porque desenvolve uma cadeia de ações. A prevenção ao uso de drogas não serve só para as crianças. Há relatos de que familiares desses alunos que deixaram de usar tabaco e álcool por influência dos estudantes. Os pequenos acabam sendo exemplo para pais e outros adultos da família, observa.
O Proerd é desenvolvido nas escolas públicas e particulares com estudantes do 5º ano no ensino fundamental/2º ano do segundo ciclo. Os policiais militares que atuam no programa são treinados e preparados para trabalhar com o tema de forma lúdica, através de uma metodologia voltada especialmente para as crianças. Além de transmitir mensagens sobre a importância de manter-se longe das drogas, o Proerd visa promover a valorização da vida.
O curso tem duração de quatro meses e é pedagogicamente estruturado em 12 lições, ministradas obrigatoriamente por um PM fardado. Neste ano, a novidade é a implantação da disciplina sobre bullying.
Caixinha Proerd
As escolas que recebem o programa também contam com a chamada Caixinha Proerd, em que os estudantes depositam bilhetes com denúncias ou fazem perguntas. Trata-se de um canal direto com a Patrulha Escolar. Os alunos denunciam situações de violência e uso de drogas dentro de casa ou entre os vizinhos. Já recebemos várias informações sobre ocorrências, inclusive de crimes sexuais, e conseguimos chegar aos autores, afirma Saulo. De acordo com ele, só quem tem acesso à Caixinha é o professor e o policial.
Patrulha garante segurança nas escolas
A Patrulha Escolar Comunitária tem como meta garantir a segurança de estudantes, professores, funcionários dos estabelecimentos de ensino e pais de alunos. Pelo terceiro ano, 100% das escolas municipais de Ponta Grossa estão sendo atendidas pelos policiais. De acordo com o tenente Saulo Hladyszwski, 97% das ações desenvolvidas pela Patrulha Escolar na cidade são de caráter preventivo.
Todos os anos, são adotados temas para serem trabalhados com a comunidade escolar. Este ano, por exemplo, o foco é pratique a cortesia. Percebemos que grande parte das ocorrências se dá por motivos banais, como um esbarrão na saída da escola que gera violência, diz o policial.
Segundo ele, a falta de educação é predominante e vem de casa. Por isso, situações mínimas devem vir acompanhadas do pedido de desculpas. Hoje tudo se quer resolver na violência e não deve ser assim. Os crimes praticados nas escolas e no entorno, de acordo com Saulo, caíram 80% logo nos três primeiros anos de atuação da Patrulha Escolar em Ponta Grossa. (E.S.)