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PG amplia discussão sobre economia gerada pelo biogás

A transformação de resíduos orgânicos em biogás, que pode ser utilizado tanto como fonte de energia elétrica, quanto combustível para veículos e maquinários – apenas dois dos diversos exemplos – tem sido um assunto cada vez mais discutido em todo o país e, agora, deve se intensificar em Ponta Grossa. A Associação Comercial, Industrial e Empresarial (ACIPG) está montando um grupo de trabalho para discutir os benefícios econômicos do uso do biogás, que aliados aos ambientais vão de encontro ao conceito de economia circular.

“O biogás é interessante para todas as empresas que produzem resíduos orgânicos ou sólidos, como indústrias, cozinhas de grande escala, cerealistas, pecuaristas, entre outros. Ao reaproveitar esses dejetos é possível utilizá-los como substituição a gasolina, diesel, GLP; portanto, como combustível para carros, tratores, caminhões e empilhadeiras, por exemplo, ou como gás para fogões ou energia elétrica”, exemplificou o engenheiro Cícero Bley Jr., da empresa curitibana Bley Energias, em entrevista ao Diário dos Campos.

O especialista esteve em Ponta Grossa na última semana a convite da ACIPG para alinhar a montagem do grupo para a discussão da implementação desta tecnologia nas empresas da cidade. “Conhecemos esse modelo no Show Rural em Cascavel e o chamamos para vir para cá para difundirmos esse sistema, por entender que se esse dinheiro for gerado aqui, fica aqui, aumentando a riqueza da cidade. É uma possibilidade de gerar energia a baixo custo: em um restaurante de indústria, por exemplo, 180 kg de alimentos descartados por dia poderão render 80 m³ de gás”, citou o diretor de Assuntos Comunitários e Governamentais, Luiz Eduardo Pilatti Rosas.

Benefícios

Cícero lembra que o biogás é um ativo econômico, pois além de ser um produto de valor ambiental representa a possibilidade de produção própria de energia elétrica, térmica e combustível. “O empresário pega o seu resíduo e com ele faz novos insumos para o processo produtivo, fechando esse circuito da economia circular. O modelo tecnológico está pronto, mas o social ainda não; temos que compatibilizar esses dois eixos”, avalia.

Muitas empresas têm receio de investir no processo por medo do custo, mas, conforme conta o engenheiro, a compensação é rápida. “Financeiramente compensa porque a hora que faz a substituição de veículos à gasolina, principalmente pelo biometano [derivado do biogás], por exemplo, o retorno dos investimentos (ROI) é de menos de dois anos. Há a possibilidade de fazer o pagamento dos investimentos muito rápido com taxa interna de retorno acima de 18% – um carro a gás gasta 70% menos em dinheiro do que um à gasolina”, exemplifica.

 Interessados

Os interessados em saber mais sobre a tecnologia podem procurar a ACIPG. “Queremos oferecer consultoria para ver o que se pode fazer. Podemos fazer grupos de duas ou três empresas que se unam em uma unidade processadora para fazer o próprio gás, por exemplo. A nossa função como associação é ofertar os meios para tornar o sistema possível, pois temos fontes inesgotáveis de geração de gás nas propriedades rurais e indústrias e estamos jogando fora”, ressalta o gestor da Associação, Luiz Eduardo Pilatti.

 

A gasolina pode ser susbtituída pelo biometano, que por sua vez é um derivado do biogás – e, consequentemente, de resíduos orgânicos (Foto: Cícero Bley Jr.)

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