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PG descarta usina térmica e defende uso de novo aterro

A Câmara Municipal de Ponta Grossa foi sede, na tarde dessa sexta-feira (2), de uma audiência pública para debater o destino dos resíduos sólidos da cidade. Como a emergência de encerrar o uso do Aterro Botuquara já é um consenso, a discussão maior ficou em torno de qual deve ser a próxima tecnologia de utilização mais adequada para os resíduos sólidos produzidos pela cidade.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Barros, lembrou algumas das dificuldades que a Prefeitura encontra para a solução dessa questão. “Uma série de estudos apontaram a inviabilidade da criação de usina térmica, anteriormente apontada como alternativa ao Botuquara. Há duas formas de tratamento térmico: a mass burning e a gaseificação. Na primeira, o custo de tratamento fica em torno de R$ 1.015/t. Na segunda, em cerca de R$ 950/t. Com um aterro, o investimento seria de cerca de R$ 90 a R$ 120 cada tonelada”, disse, buscando mostrar o motivo econômico que coloca um novo aterro como saída ideal.

Para Barros, a urgência em selecionar um novo destino para o lixo é outro motivo para descartar a instalação de usina térmica. “Já trabalhei por três anos no IAP e sei que uma licença como essa vai demorar de três a cinco anos para liberação”, disse, ao mesmo tempo que enfatizou a necessidade de ampliar a coleta seletiva.

Por outro lado, o empresário Mário Martins defendeu a possibilidade de instalação de usina térmica. “Nós não temos [o problema de] chorume. Associações de catadores: vamos gerar renda e postos de trabalho, e podemos pagar 10% a 20% mais do que vocês recebem hoje”, disse. “Geramos energia a partir de resíduos, e podemos fazer isso dentro do Distrito Industrial, por exemplo”, assegurou, defendendo também a ampliação do sistema de coleta seletiva.

 

Pedreira Boscardin

O engenheiro florestal, Luciano Pizzatto, esteve presente na audiência e opinou sobre o assunto. “O que a gente defende aqui hoje é a possibilidade de a iniciativa privada empreender uma solução para Ponta Grossa”, disse, demonstrando que essa era uma das questões centrais do encontro. Pizzatto comparou tecnologias e opções que conheceu durante visitas a diversas cidades e diferentes países, explicando que solução para o lixo há, mas é preciso ver qual melhor se aplica, também do ponto de vista econômico, para Ponta Grossa. “Vocês têm [na cidade] uma solução única no Brasil, com a Pedreira Boscardin, que consiste em um buraco praticamente ‘encapsulado’”. Pizzatto se referiu a um empreendimento privado que aguarda licenciamento ambiental, que permitiria a instalação de Centro de Tratamento de Resíduos no Bairro Piriquitos, em área de pedreira com características geográficas ideais.

 

Quórum

A audiência pública contou com a presença de autoridades e especialistas no assunto, mas teve participação da comunidade aquém do esperado, dada a importância do assunto. Cerca de 35 pessoas ocupavam os assentos da galeria. Quatro pessoas acompanhavam a sessão, em tempo real, pela internet. Também se fez presente a ex-secretário municipal de Meio Ambiente, Patrícia Hilgemberg; o promotor do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Honorino Tremea, além dos vereadores, e do empresário Evandro José Lopes, que também apresentou proposta de usina térmica para Ponta Grossa.

Rodrigo Covolan
Pizzatto apontou vantagens técnicas da Pedreira Boscardin

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