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PG tem mais de 26 mil filiados a partidos políticos 

Apesar dos escândalos políticos que vêm acontecendo no país, mais gente está querendo fazer parte da política partidária. É o que demonstram os números de filiados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no que diz respeito a Ponta Grossa. O Município fechou o ano de 2017 com 26.568 filiados em 34 partidos, conforme o site o TSE, maior número registrado desde 2013, quando eram 24.500 filiados. Antes disso, não é possível consultar pelo site o número de pessoas que faziam parte de partidos políticos em Ponta Grossa. 
No Paraná o número também aumentou e, em 2017, alcançou o maior índice já registrado, ultrapassando 1 milhão de filiações. No Brasil, o número de filiados chega a 16,7 milhões. 

Estatísticas
Em Ponta Grossa, conforme o TSE, mais de 26 mil pessoas estão filiadas a 34 partidos. O Movimento Democrático Brasileiro antigo PMBD – lidera o número de filiações, com 12.217 inscritos – 45,98% do total. Na vice-liderança está o Partido dos Trabalhadores (PT), com 2.277 (8,57%) filiados. Na terceira posição aparece o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com 1.394 (5,24%) filiações, seguido pelo Democratas (DEM), com 1.372 (5,16%) filiações e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) na quarta posição, com 774 (2,913%). 
Tanto no Paraná quanto no Brasil, o MDB também é o partido com maior número de filiados, sendo 188.268 (18,07% do total) no Estado e 2,3 milhões (14,34% do total) no Brasil. 
Em segunda colocação no Estado aparece o Partido Progressista, com 112.607 (10,81%), seguido pelo PSDB, com mais de 88 mil filiados e o PT, com pouco mais de 77 mil filiações. Em âmbito nacional, o cenário muda e, após o MDB, o PT aparece na segunda colocação, com 1,5 milhão (9,49%) de filiados. 

Análise
O doutor em Ciência Política e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emerson Urizzi Cervi, avalia que no Brasil, não há motivo para as pessoas se filiarem a partidos políticos, a não ser para os que pretendem ser candidatos. “Os partidos não conseguem ou não querem mobilizar a sociedade entre os períodos eleitorais, então as pessoas não sentem necessidade de se filiar a partidos para poder se manifestar. No entanto, em anos pares – que são os anos eleitorais – de 2016 para cá, temos um crescimento. Antes disso a filiação tinha de ser feita, pelo menos um ano antes das eleições, para quem queria ser candidato. Então, o grande 'boom' de filiações era no segundo semestre do ano ímpar. Agora, como precisa estar filiado seis meses antes das eleições, a tendência é que nos anos pares tenhamos o maior crescimento no número de filiações”, aponta. 

Candidaturas avulsas 

Sobre a possibilidade de qualquer brasileiro poder concorrer nas eleições sem estar filiado a partidos políticos, proposta que há anos vem sendo debatida, sem grandes avanços, Cervi aponta que no Brasil o sistema é muito fechado e está sob o controle das cúpulas dos partidos políticos. “Nenhuma outra organização social pode apresentar candidatos senão os partidos, que tem representação exclusiva. Isso dá muito poder aos partidos políticos e impede que novos movimentos consigam entrar sem se misturar aos partidos, o que dá uma sobrevida aos partidos antigos”, aponta. 
Para ele, a questão é discutida basicamente de forma populista. “O discurso é muito mais para a plateia do que de forma séria. Nunca se falou seriamente sobre a possibilidade de aprovar uma mudança na lei eleitoral que permita a candidatura avulsa porque isso permitirá a redução do controle que as cúpulas têm sobre o sistema e o que afundaria boa parte dos partidos”, analisa. 

LIDERANÇAS AVALIAM AUMENTO DE FILIAÇÕES

Para lideranças de alguns partidos entrevistadas pelo Diário dos Campos, o próprio descontentamento perante os constantes escândalos protagonizados por políticos têm, de certa forma, contribuído para que os partidos cresçam em número de filiados. Conforme o porta-voz da Rede Sustentabilidade em âmbito municipal e estadual, Maurício Martinkoski, apesar dos índices do TSE apontarem para pouco mais de 44 filiados do partido em 2017, destaca que na próxima atualização do sistema, o número de filiados em PG deve apontar mais de 300 novos participantes. Para ele, os escândalos têm contribuído para o fortalecimento do partido. “É importante que as pessoas não deixem de participar e de ocupar espaço. Só vamos conseguir transformar este cenário se pessoas de bem se interessarem em disputar cargos”, frisa. 

Polarização
Para o doutor em Ciência Política, Emerson Cervi, o descontentamento gera polarização. “As pessoas manifestam seu descontentamento de diferentes maneiras. Embora se tenha um viés na cobertura que se faz deste momento como se toda a sociedade estivesse de um lado contra o outro, a sociedade está dividida. É preciso dividir o que se fala sobre corrupção e o se entende por corrupção, porque qualquer cidadão com mais e 40 anos sabe que corrupção sempre existiu independente de partido no governo. Então, no mundo real, as pessoas têm a própria leitura da crise a tendência é haver polarização, Por isso, percebemos aumento nas filiações nos dois extremos – direita e esquerda”, expõe. 

Perfil
A presidente do Diretório Municipal do PT em Ponta Grossa, Rosélia Ribeiro, ressalta que, mesmo diante de todas as polêmicas que envolvem a legenda em âmbito nacional, o partido cresceu em Ponta Grossa no último ano, passando de 2.249 em 2016 para 2.277 em 2017. Ela atribui o crescimento à campanha lançada no ano passado pela legenda. A presidente aponta ainda que entre os filiados destacam-se o grande índice de jovens e mulheres. “Para ver mudança é preciso participar”, avalia
Além de novos integrantes, é significante também, segundo o presidente municipal do Partido Pátria Livre (PPL), Leandro Soares Machado, o índice de pessoas que migram entre os partidos. 
 

*Fonte: STE: Dezembro/2017 (Arte:Diário dos Campos)

 

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