As contratações de novos empregados despencaram em abril no Brasil, no Paraná e em Ponta Grossa, mas na cidade o saldo de demissões ante admissões no acumulado no ano ainda é positivo, diferente do que ocorre no estado, no país e ante as três maiores cidades paranaenses, Curitiba, Londrina e Maringá.
Entre as cinco maiores cidades do Paraná, o melhor saldo foi de Ponta Grossa, com variação positiva de 0,23%. Apenas Cascavel também ficou no azul, com 0,02%. As outras três ficaram no vermelho. Os números são do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados ontem.
Em abril, os empregadores de Ponta Grossa admitiram 1.496 trabalhadores e desligaram 2.709. O saldo negativo do mês foi de 1.213. No acumulado de janeiro a abril, foram contratados 12.080 e desligados 11.881, resultando em um saldo positivo de 199 novos postos de trabalho.
No Paraná, em abril 102.089 trabalhadores perderam o emprego e apenas 47.081 conseguiram se colocar no mercado de trabalho. Ou seja, houve uma redução de 55.008 carteiras assinadas. O saldo negativo acumulado no primeiro quadrimestre é de 22.424 novos desempregados.
No Brasil, no mês passado ocorreram 1.459.099 desligamentos e 598.596 contratações. O saldo negativo foi de 860.503 postos de trabalho. O acumulado no quadrimestre é um pouco menor, mas igualmente expressivo: 763.232 postos de trabalho a menos no país.
O impacto da pandemia do novo coronavírus só não causou estragos maiores porque nos dois primeiros meses de 2020 foram registrados crescimentos nos números de novas ofertas de empregos em Ponta Grossa, no Paraná e no Brasil. Em janeiro, o saldo nacional foi 113.155 e em fevereiro 224.818.
Saldos do 1º quadrimestre
Cascavel +20 (+0,02%)
Curitiba -13.521 (-11,94%)
Londrina -2.986 (-2,02)
Maringá -2.044 (-1,39%)
Ponta Grossa +199 (+0,23%)
Pior da série
O dado de fechamento de vagas de emprego formal em abril é o pior para todos os meses da série histórica, segundo a coordenadora-geral de Cadastros, Identificação Profissional e Estudos da Secretaria de Trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Mariana Eugênio.
Em coletiva à imprensa sobre os números do Caged divulgados nesta quarta-feira, 27, Mariana ponderou que, apesar do pior resultado, o mês de abril foi atípico em razão da pandemia do novo coronavírus, e pelo fato de a crise ter afetado muito as admissões.
Secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco reforçou a declaração da colega, afirmando que é o mês "mais diferente".
"Não é o mais negativo, é o mais diferente. É de fato uma situação mais inusitada", disse. Segundo ele, o ponto positivo é o que o governo está conseguindo "preservar empregos", mesmo que a série aponte para um nível menor de contratações. "Vamos trabalhar para ter o mesmo nível de contratação do início de ano", afirmou.