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População aponta abandono no balneário Rio Verde

As famílias que frequentam o balneário Rio Verde, em Ponta Grossa, dizem que o local está abandonado. O balneário, localizado no bairro Uvaranas, é o único de propriedade do município. Não cobra taxa de entrada, fica a apenas 15 minutos de carro do Centro, e atrai centenas de pessoas diariamente em dias quentes de verão. Mas não há a mínima infraestrutura para recepção de moradores ou turistas.

Elter Ricardo Vieira, 30 anos, mora no bairro desde que nasceu. Lembra que houve tempos em que havia de tudo no local, de banheiro a lanchonete. “Agora, não tem nem um banco pra gente sentar. Mas falta muito mais que um banco”, diz ele, que na tarde desta sexta-feira (11) foi ao espaço junto com os primos e as sobrinhas. Algo que fazem com frequência.

Crianças eram a maioria no rio. Elas formavam fila para saltar penduradas em uma corda, ou desde uma pedra até a água. A brincadeira amenizava o calor de 31ºC das duas horas da tarde. Mas não há guarda-vidas, nem mesmo nesse período de férias.

Carros entram e saem o tempo todo, mas só chega ao balneário quem já esteve no local antes. O acesso é fácil, a partir da avenida General Carlos Cavalcanti, mas nem todos sabem disso. Bem em frente à estrada de acesso há uma placa com o indicativo de direção para outros atrativos turísticos como Buraco do Padre, Cachoeira da Mariquinha e Capão da Onça. Todos em área particular. Mas nenhuma placa aponta para o balneário do município.

 

Sem indicativo

Mesmo após percorrer os breves 800 metros de estrada de terra com lixo deixado às margens, o visitante chega ao portal de entrada do Rio Verde, ainda sem nenhuma placa de identificação. Há apenas o acesso ao que seria o estacionamento cheio de buracos com poças de lama, as ruínas vandalizadas do que foram lanchonete e banheiros no passado, um único brinquedo enferrujado de parquinho infantil que se antecipa à visão das corredeiras do Rio Verde.

 

Segurança

Francisco César Lopes, 47 anos, está desempregado e aproveita os dias de calor para vender doces e refrigerantes no balneário. No início da tarde, enquanto ele instalava seus produtos para venda, havia 16 pessoas na água, e outras estavam chegando. “Venho mais em dia de semana, porque no domingo vem tanto vendedor com mais produtos, que nem compensa. A concorrência é muito grande”, diz. “Mas, se eu vier aqui uma tarde e ver que estou sozinho, vou embora na mesma hora”, comenta, citando uma das maiores preocupações no local – a falta de segurança.

 

Sem projetos

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que o local recebe limpeza toda segunda-feira, o que inclui manutenção e limpeza, com retirada do lixo. Mas disse que não há nenhuma melhoria programada para 2019. Em 2016 foi manifestada a intenção de privatizar o espaço, mas a ideia não foi levada adiante. Embora seja um espaço consolidado de uso da população, o balneário não está na lista de atrativos naturais descritos na site da prefeitura.

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