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Pragas podem entrar no país através da madeira

Novo estudo aponta riscos de entrada de pragas no Brasil – como vespas e besouros – por embalagens de produtos importados. A pesquisa analisou 461 casos de pragas encontradas em caixas, pallets e outros recipientes de madeira em bruto que acompanhava mercadoria importada pelo Porto de Santos entre 2015 e 2017. Em 18% dos casos, as espécies encontradas não existem no país e podem causar impactos econômicos relevantes caso se instalem aqui. Além disso, 57% das pragas quarentenárias detectadas na fiscalização vieram da Índia. Os Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas) que participaram do estudo defendem a implementação de políticas públicas nacionais para o gerenciamento de risco, o que melhoraria a fiscalização.

O Porto de Santos é o maior da América Latina e respondeu por 113,8 milhões de toneladas de cargas movimentadas em 2016. Mais de 2 milhões de contêineres passaram por lá no período, dos quais mais de 700 mil transportaram cargas importadas. Essa grande movimentação de cargas, porém, cria a possibilidade para que pragas de outros continentes se instalem no Brasil.

Um desses casos foi o da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizie e identificada pela primeira vez no país 2001. Estima-se que, em 12 anos, a praga causou até US$ 20,8 bilhões em perdas para os produtores rurais.

"A introdução de pragas florestais atualmente ausentes no Brasil pode causar prejuízo econômico e social direto, caso atinja as florestas plantadas, e danos ambientais imensuráveis, caso atinja matas e florestas naturais", conta o auditor fiscal federal agropecuário, Marlos Vicenzi.

Os autores sugerem a implantação de sistemas de gerenciamento de risco para fortalecer a fiscalização. A partir de coletas de dados, é possível estabelecer quais produtos oferecem mais risco e agir de forma mais focalizada. Com o constante aumento da quantidade de carga que chega aos portos, torna-se inviável realizar inspeções sem um gerenciamento de risco.

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