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Produtores plantaram menos trigo 

A previsão do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) em Ponta Grossa é que, se as condições do tempo contribuíssem, até meados de novembro as lavouras de trigo nos 18 municípios da região estivessem praticamente todas colhidas. 
Neste ano, diversas situações prejudicaram a cultura. Primeiro, conforme explica o economista do Deral, núcleo da Seab em Ponta Grossa, Luís Alberto Vantroba, houve redução de 6% na área destinada à cultura na safra 17/18 em comparação à safra passada. Isso aconteceu devido à baixa cotação do produto no mercado agrícola, o que desmotivou os produtores a investir no plantio. Assim, se na safra 16/17, a área plantada de trigo chegou a 126 mil hectares na região, na safra deste ano, a área foi de 118.150 hectares. 
A produção, segundo estimativa da Seab, também deve ficar menor que a safra passada, quando foram colhidas 392.050 toneladas. A expectativa é que sejam colhidas, na safra deste ano, 375.716 toneladas de trigo na região. “Esta foi uma safra muito afetada pelo clima. Primeiro, houve perda durante o plantio, quando alguns produtores foram afetados por período de estiagem em julho. Depois, os produtores conseguiram colher alguma coisa antes das chuvas de outubro, aí a produção foi surpreendida com cinco dias de chuvas – entre 13 e 18 de outubro – e com isso perdeu-se muito em qualidade do grão, interferindo em índices como o Ph e o ‘falling number’, que medem a qualidade do produto quando este é entregue para a limpeza, secagem e armazenamento”, explica o economista. 
Por conta das condições climáticas, a rentabilidade também ficou abaixo dos índices estimados: a estimativa era que o rendimento chegasse a 3,5 mil quilos por hectare. “No entanto, agora estamos trabalhando com um rendimento na faixa de 3.180 quilos por hectare”, completa Vantroba; o que significa variação de dois pontos percentuais em relação à última safra, quando o rendimento foi de 3.112 quilos por hectare. 
A safra 18/19, segundo a Seab, começa  ser plantada em abril de 2019 em todo o estado. Até meados de novembro, a Seab não havia divulgado estimativa de área plantada, produção e produtividade para a próxima safra. 

Paraná 
Em todo o estado, a área plantada de trigo chegou a 1.096.934 milhão de hectares. A estimativa de produção, atualizada no final de outubro, era de 2,9 milhões de toneladas, abaixo da expectativa inicial de 3,3 milhões de toneladas devido ao período seco do primeiro semestre; no entanto, o volume ainda é 32% acima do que foi colhido na safra anterior. A estimativa é que o rendimento nas lavouras do estado atinjam 2.698 quilos por hectare, 15% a mais que safra 16/17. 

Cotação 
Se as condições climáticas não contribuíram com o cultivo do trigo, pelo menos o preço cotado atualmente está melhor do que o registrado no ano passado: em torno de R$ 42 a saca de 60 quilos, valor 30% superior ao mesmo período de 2017. Apesar disso, a alteração na qualidade do produto deve gerar descontos, prejudicando a rentabilidade do produtor, de acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho. 
Até o final de outubro, cerca de 40% da produção do estado havia sido comercializada. 

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