A safrinha virou safrão. A observação é do economista, Luís Alberto Vantroba, do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), sobre a segunda safra de milho (2016/17) com produção estimada em 182.700 toneladas na região. Na safra 2007/08 a produção era de apenas 87.050 toneladas. Caso a previsão de colheita se confirme ela será 109,87% maior que a de 2007/08 e 165,28% superior a de 2015/16.
Vantroba explica que a safrinha tem a preferência dos produtores de municípios como Tibagi, Arapoti, Ventania, Sengés e Arapoti, onde o risco de geada é menor.
Por outro lado, ele observa que o investimento em tecnologia vem influenciando nos resultados obtidos. A produtividade também é a maior dos últimos dez anos. Se em 2007/08 a média nas propriedades rurais era de 3.461 quilos por hectare, nesta safra deverá chegar a 7 mil quilos por hectares, mais que o dobro da registrada no passado.
Apesar de o preço do milho não estar nada convidativo, a área destinada ao cultivo nesta safra é 91,91% maior que a de 2015/16. O cereal está ocupando 26.100 hectares contra 13.600 hectares na passada. É a segunda maior área desde 2007/08, perdendo apenas para o plantio de 2010/11.
Mas se o mercado está ruim o que explica o incremento na área? No início do plantio (entre janeiro e fevereiro), os produtores negociaram a saca de 60 quilos por R$ 50, hoje o valor está oscilando na casa dos R$ 21. A colheita deverá se iniciar neste mês de junho e fica a incerteza se o milho safrinha continuará crescendo em área plantada.
Primeira safra
Produtividade alcança 10 mil quilos por hectare
A produtividade nas lavouras de milho (primeira safra) dos Campos Gerais chegou a 10.603 quilos por hectares na safra 2016/17. Na passada, a média foi de 8.840 quilos por hectare.
Com a excelente produtividade fruto do investimento em semente e tecnologia, aliado às condições climáticas favoráveis em todo o período a produção atual soma 1,05 milhão de toneladas, 66,27% a mais que a obtida na última safra (633.165 toneladas).
Nesta safra, os agricultores destinaram uma área maior ao milho, já que no período do plantio os preços estavam favoráveis, com isto o cereal ocupou 99.290 hectares contra 74.845 na anterior. Os números são do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
No Paraná, entre a primeira e segunda safra de milho se estima uma colheita de 18,4 milhões de toneladas do grão. É justamente este aumento na oferta que está derrubando os preços no mercado e esta queda dificulta uma previsão para o próximo plantio da primeira safra, que deverá ocorrer após a colheita do trigo.