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Projeto da Fiep desenvolve polos produtivos regionais

A Casa da Indústria em Ponta Grossa recebeu ontem o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, que apresentou o Programa de Desenvolvimento de Polos Produtivos para o setor industrial. A ideia da Fiep é oferecer um serviço para alavancar o crescimento e a participação dos municípios menores no Produto Interno Bruto (PI) regional.

Segundo Felippe, Ponta Grossa tem um PIB de R$ 11,8 bilhões (dados de 2015), enquanto a microrregião (PG, Castro, Carambeí e Palmeira) de R$ 16,3 bilhões, o que mostra que a concentração da atividade econômica ocorre em Ponta Grossa. “As pessoas estão vindo buscar oportunidades em Ponta Grossa”, alerta.

Com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2016, Felippe destaca que a microrregião conta com 12.500 estabelecimentos, sendo que 38% são classificados como comércio, 33% serviços e 9,1% indústria da transformação. “O dinamismo está no comércio e serviços”, observa. Dentro da indústria estão basicamente os setores metalmecânico, madeira, alimentos e têxtil.

Do total de estabelecimentos, 8.753 estão em Ponta Grossa, ou seja mais da metade. Já o mercado de trabalho microrregional emprega 117 mil pessoas, 25% estão no comércio, 32% em serviços e 21% na indústria. Em Ponta Grossa são 85.211 trabalhadores (dos 117 mil).

Para Felippe, a concentração econômica no município esconde uma possível problemática que pode haver no desenvolvimento regional. Para tanto, a Fiep aposta no desenvolvimento dos polos produtivos, para “integrar o crescimento de forma harmoniosa”, diz.

Ele defende a necessidade, através do programa, de identificar aptidões, focando em cadeias produtivas propulsoras, que tragam o dinheiro para a região. “É preciso fomentar o crescimento de forma igual e mais harmônica”, frisa.

Programa vai auxiliar empresas já instaladas

O economista, Evânio Felippe, explica que a Fiep pode assessorar a gestão para a implantação de polos produtivos. “O crescimento na região se dá de forma não tão equilibrada, então a proposta, dentro deste cenário, é oferecer um produto para desenvolver o polo produtivo. A Fiep vai até a região e analisa e a partir daí o poder público e o privado vão fazer o trabalho”, observa. O programa surgiu de uma necessidade na Itaipu e agora está sendo levado a outras regiões paranaenses.

Industrial do segmento de alimentos e panificação, Darcy Miara Junior, que também é diretor da Fiep, comenta que a ideia é apresentar o Programa de Desenvolvimento de Polos Produtivos para o poder público. “Temos potencial para desenvolver e precisamos do apoio para mostrar aos empresários que apostam na região o trabalho da Fiep e para o poder público”, fala Darcy, que acredita que o programa vai potencializar os pontos fortes regionais e ajudar a desenvolver os aspectos que precisam ser melhorados. “Com isto teremos um equilíbrio maior e poderemos competir em igualdade com as indústrias de fora”, completa.

Desafio

Para Darcy, a indústria paranaense vem enfrentando muitos desafios. “É momento de nos unirmos para fortalecer nossas bases e cobrar melhorias junto ao poder público, como mais investimentos em infraestrutura, estabelecer fontes alternativas de energia, reduzir a carga tributária e melhorar a aplicação das leis trabalhistas para que consigamos retomar o patamar de desenvolvimento que perdemos com a crise”, alerta Darcy.  

Diagnóstico aponta recuperação nos empregos

Para elaborar o Programa de Desenvolvimento de Polos Produtivos, o departamento econômico da Fiep levanou alguns dados, inclusive sobre o emprego envolvendo as indústrias da microrregião de Ponta Grossa.

O saldo entre contratações de demissões, de janeiro a dezembro do ano passado, foi de 266 vagas de trabalho. Já de janeiro a maio de 2018, a quantidade é 269 novos postos criados. Para o economista da Fiep, Evânio Felippe, este é um indicador que sinaliza o início de uma recuperação do setor pós-crise. “Depois de uma fase complicada, com a redução de trabalhadores e suspensão de investimentos, o empresariado industrial demonstra estar mais confiante na recuperação da economia, deixando a impressão de que o pior da crise ficou para trás”, avalia.

Outro dado levantado mostra que de janeiro de 2017 a maio de 2018, cerca de R$ 145 milhões foram contratados pelo setor industrial local junto ao BNDES. Na microrregião, este valor sobe para R$ 214,6 milhões. “Esta é uma informação relevante que demonstra uma disposição maior do empresariado em retomar os investimentos e voltar a crescer”, diz Felippe.

 

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