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“Queremos fazer um chamado à rebelião social”, destaca Ivan Bernardo 

Candidato a governador do Paraná pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Professor Ivan Bernardo defende a 'rebelião social'. Natural de Paranavaí, onde reside, já foi carteiro, soldado da Polícia Militar e comerciário. É professor  de Geografia da rede estadual há 20 anos, integrou o movimento estudantil na década de 90, quando participou do movimento 'Fora Collor' e depois, já atuando como professor, passou a integrar o movimento sindical da categoria. E, tem um extenso histórico de participação no processo eleitoral: a partir do ano 2000 tenta eleição para prefeito, vice-prefeito, senador, vice-governador, deputado estadual.

Ao lado de Carminha (PSTU), candidata a vice-governadora, funcionária de um hospital na capital do estado, Professor Ivan Bernardo tenta agora chegar ao Palácio Iguaçu. Ao Diário dos Campos, na série de entrevistas com os candidatos ao governo, o candidato critica o atual modelo de gestão e fala do seu plano de governo. Confira trechos da entrevista.

Candidatura 
"Queremos fazer um chamado à rebelião social, onde vamos passar a ideia da classe trabalhadora se organizar nos sindicatos, associações de moradores, movimento dos desempregados, dos trabalhadores sem terra e sem teto, movimento de mulheres, negro e LBGT. Queremos organizar os de baixo e derrubar os de cima. Hoje o país enfrenta uma profunda crise econômica, política e social. O país passa por um enorme desgaste da democracia, em que a  classe dominante se volta para a eleições, dizendo que isso é a solução para todos os males. E nós queremos dizer o contrário: que só a luta muda a vida. As eleições são terreno da burguesia, processo anti-democrático e fraudulento, em que impera o privilégio do tempo de TV e rios de dinheiro para os grandes partidos e o voto serve apenas para legitimar esta fraude. Todos os candidatos, com exceção da Vera Lúcia, do PSTU, em âmbito nacional e nós, no estado, vão governar para os capitalistas. O PSTU não foi feito para as eleições, mas prioriza a luta com direta ação da classe trabalhadora. Neste sentido, o período eleitoral é um espaço pequeno, mas importante porque a maior parte da classe trabalhadora se volta para o processo e conseguimos dialogar". 

Propostas defendidas
"Em âmbito nacional, defendemos a revogação de todas as reformas neoliberais desde o mandato de Fernando Henrique Cardoso. Entendemos que a previdência é superavitária, o problema está nas grandes empresas que devem à previdência. Nas periferias das grandes cidades, a vida média dos trabalhadores é 60 anos, com uma aposentadoria na faixa dos 65 e 70 anos, a  classe trabalhadora vai trabalhar até morrer, nunca vai conseguir se aposentar. Os grandes partidos apóiam a reforma porque são financiados pelos bancos, que têm interesse em fazer a previdência privada. 
No Paraná vamos suspender o pagamento da dívida do estados com os banqueiros: hoje 40% do orçamento do estado – que é de R$ 60 bilhões – vai direto para o pagamento dos juros da dívida pública. Na nossa opinião esta dívida foi paga várias vezes e para comprovar isso vamos fazer uma auditoria. E, todos os recursos que agora vão para o pagamento da dívida serão destinados em saúde, educação, infraestrutura e construção de moradia. 
A Vera Lúcia defende estatizar as 100 maiores empresas do país, que dominam 60% da economia nacional. E, no Paraná, defendemos a reestatização das rodovias pedagiadas e a volta do Banestado. Vamos investir em modais aéreo e hidroviário. Saúde não é mercadoria e assim todo dinheiro público deve ser investido na saúde pública e não em entidades filantrópicas e hospitais privados. 
Na educação, vamos implantar a educação em tempo integral e o aumento para  50% a hora-atividade dos professores. Somos contra o projeto escola sem partido e vamos estatizar as escolas privadas. Queremos a desmilitarização da Polícia Militar e delegados e juízes serão eleitos pela comunidade. 
Defendemos a legalização do aborto e também das drogas, como forma de combater o tráfico. Queremos a prisão de todos os políticos corruptos e os empresários corruptores, assim como confisco de seus bens". 

Como viabilizar as mudanças 
"O estado tem dinheiro para tudo isso, porque além de suspender o pagamento da dívida com os bancos, defendemos a redução dos salários dos políticos, dos juízes, acabar com os cargos comissionados e fazer a taxação das grandes fortunas". 

Receptividade dos eleitores
"Temos só cinco segundos de propaganda no rádio e TV, então os eleitores nem conseguem receber nossas propostas. Tentamos furar o bloqueio da grande mídia através da internet, panfletagem nas ruas". 

Como conseguir o apoio do legislativo para aprovar as medidas
"Vamos ter conselhos populares que vão exercer pressão. Teremos grandes assembleias, organização dos sindicatos e movimentos". 

Comparação com outros governos 
"O PSTU é contra o governo [Nicolás] Maduro, que é um ditador na Venezuela. Além disso, [Daniel] Ortega, na Nicarágua não tem nada de socialista, assim como a Coreia do Norte, que está longe de ser socialista. O socialismo que defendemos é o socialismo da democracia operária, com participação da população nos conselhos, coisas que estes países não têm". 
 

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