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Rangel garante voos comerciais a partir do início de 2015

O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PPS), também acumula o cargo de secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional. Em entrevista ao Diário dos Campos, ele fala sobre o ‘boom’ industrial que a cidade vive, anuncia a instalação da Matyx – fábrica de componentes de fibra de carbono, pás eólicas e equipamentos para caminhões –, condições das rodovias e ferrovias, aeroporto e porto seco. Confira alguns trechos da entrevista:

 

Diário dos Campos ­– Como Ponta Grossa tem vivido esse ‘boom’ industrial?

Marcelo Rangel – Nós tivemos o privilégio de inaugurar a DAF, que foi uma empresa prospectada no governo anterior, mas a inauguração aconteceu ano passado. Ela gera um ciclo evolutivo e industrial interessante e diferente do que tínhamos. Através dela, está vindo a Matyx, indústria de componentes de fibra de carbono que fabrica pás eólicas e também equipamentos para caminhões DAF, carrocerias Marcopolo e Mascarello. Essa empresa pretende se instalar no Brasil e sonda Ponta Grossa. É uma indústria turca e também tem uma subsidiária na Hungria. Estamos em conversação há uns quatro meses e temos uma área no Distrito Industrial I. Também estamos trabalhando para anunciar uma indústria de direção elétrica, no setor automobilístico.

 

DC – Como está o projeto da construção de um porto seco na cidade?

M.R. – Com a vinda da Darnel, poderemos viabilizar o porto seco, pois essa indústria utiliza insumos importados. A Darnel tem sua matriz na Colômbia e é uma das maiores indústrias de embalagens alimentícias da América do Sul. Ela vai fomentar o comércio exterior, pois receberá a matéria-prima da Colômbia, vai transformá-la e distribuir o produto final em todo o Brasil.

 

DC – Há espaço no Distrito Industrial para novas indústrias?

M.R. – Temos espaço para pelo menos três indústrias de grande porte. Estamos recuperando áreas de indústrias que não fizeram os investimentos e não estão usando. A Darnel, por exemplo, vai se instalar numa área que era da Hübner, que conseguimos recuperar. Ainda continuo pleiteando áreas da Embrapa para que possamos acomodar novas indústrias para a Prefeitura fazer cessões. Temos muito espaço, mas são espaços particulares. As grandes indústrias compram terreno, como a Ambev, DAF, Mars. Normalmente, quem precisa de área são as de menor porte.

 

DC ­– Há comentários de que as novas indústrias, além de ser beneficiadas com isenção de impostos, não empregam pessoas de Ponta Grossa ou região para os cargos de nível mais alto. Ou seja, geram expectativa pelo aumento de postos de trabalho, mas trazem pessoas de fora.

M.R. – Empresas como a Tetrapak, por exemplo, têm preferência por profissionais daqui, assim como a DAF. Se elas encontram pessoas preparadas, com inglês fluente, com profissionalização e especialização ficam com gente daqui mesmo. Mas, houve alguns problemas com indústrias que não conseguiram encontrar funcionários capacitados, principalmente de engenharia. Quando assinamos o protocolo de intenções com as grandes indústrias, sempre pedimos para que empreguem mão de obra local e façam parcerias com fornecedores de Ponta Grossa e elas sempre aceitaram.

DC – Ponta Grossa ainda pode ser considerada o maior entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil?

M. R. – Sim e agora Ponta Grossa se consolida como o grande polo industrial e logístico do Brasil e com a duplicação da rodovia até Apucarana (BR-376), vamos subir no ranking de logística.

 

DC – Qual avaliação o senhor faz das rodovias que cortam Ponta Grossa?

M.R. – Hoje elas são boas, mas é necessária a construção do Contorno Norte. É uma prioridade e eu acredito que o governo federal vai colocar no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Com esse contorno, não teremos mais queixas em relação às rodovias. Além disso, tem a duplicação da BR-376 para o Norte do Estado e também entre Ponta Grossa e Palmeira (PR-151). Este projeto está pronto e talvez até o final deste ano ou começo de 2015 sejam iniciadas as obras. Além disso, estamos construindo a trincheira da avenida Ernesto Vilela e o viaduto do Los Angeles, ambos na PRC-373, e agora em setembro vamos lançar a obra de construção das alças do viaduto do Santa Maria.

 

DC – E sobre as ferrovias, qual sua avaliação?

M.R. – A Darnel escolheu Ponta Grossa por causa do transporte ferroviário, mas esse modal teria que sofrer um ‘upgrade’ no Paraná, melhorar as bitolas para conseguir fazer o transporte com máquinas mais modernas e de maior velocidade. Acredito que precisamos de modernização que não vem através do Município, mas de recursos federais e particulares também. Tem a iniciativa provada fazendo investimentos grandes nesse ramo no Estado. Ou seja, temos a logística, porém precisamos de investimentos. Nosso modal ferroviário é muito importante, mas está subaproveitado.

 

DC – E sobre o aeroporto?

M.R. – A SAC [Secretaria de Aviação Civil] aprovou nosso projeto. A pista vai manter-se em 1.340 metros e está sendo feito o balizamento noturno, que vamos concluir em 30 dias. O terminal de passageiros também está sendo reformado e ficará pronto até o fim do ano. A Azul Linhas Aéreas começará a operar em janeiro ou fevereiro com aviões ATR72, com capacidade para 72 passageiros. Mas, mesmo durante a operação dela, vamos continuar com as obras para construir 200 metros de pátio de segurança que ficará sobre a PR-151. A rodovia será desviada. As primeiras linhas serão Ponta Grossa – Campinas (SP) e a Azul já está pleiteando Congonhas (em São Paulo) e Porto Alegre (RS). Também serão realizadas obras de reconstrução do aeroporto, que vão durar dois anos.

Rangel garante voos comerciais a partir do início de 2015. Foto: Rodrigo Covolan

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