em

Redução no horário de atendimento afeta empregos do comércio de Ponta Grossa

O comércio de Ponta Grossa está atendendo em horário diferenciado desde o dia 23 março, quando iniciou um período em que ficou fechado por duas semanas e na sequência abriu escalonadamente em diferentes horários e revezamentos. Essa alteração tem impactado diretamente nas vendas e, consequentemente, nos empregos gerados pelo setor: de janeiro a maio deste ano o comércio é a atividade econômica com o pior saldo de empregos, registrando a extinção de 1.066 vagas. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Governo Federal, que subtrai as demissões das admissões.

Além das 3.338 contratações e 4.404 desligamentos indicados pelo Caged, de acordo com levantamento feito pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Ponta Grosas e Região a pedido do Diário dos Campos pelo menos metade das empresas do setor adotaram alguma das medidas emergenciais possibilitadas pelo governo.

“Temos mais de oitocentas empresas comerciais em Ponta Grossa e mais de quatrocentas fizeram alguma das mudanças. Em um levantamento parcial, em 236 delas, por exemplo, 231 empregados tiveram redução de jornada e salário e 364 trabalhadores tiveram seu contrato de trabalho suspenso”, conta o presidente do sindicato, João Vendelin Kieltyka, apontando que de 595 funcionários afetados, 61% foram suspensos e 39% reduziram sua carga horária e pagamento.

“Nem todas as empresas adotaram alguma medida, mas em algumas delas quase todos os funcionários foram afetados”, afirma o sindicalista.

Descumprimento

De acordo com João Vendelin, muitas dessas medidas têm ficado apenas no papel. “Estamos com problemas de descumprimento de acordos. Há denúncias de que empresas optaram pela suspensão de contrato, mas exigiram que o funcionário trabalhasse ou ainda que reduziram jornada e exigiram que o ponto fosse batido e se continuasse a trabalhar. Tudo isso vai dar muita ação trabalhista daqui pra frente, mas para isso a nossa orientação é juntar provas”, alerta o presidente do sindicato dos trabalhadores.

“Muito empregado está relutante em negociar por medo de perder o emprego e não saber nem para quem reclamar. Inicialmente era obrigatório envolver o sindicato nessas negociações, mas o governo alterou dizendo que isso se dá apenas entre patrão e funcionário e o sindicato deve ser apenas informado”, destaca Kieltyka. 

 

Comércio demite 1,983 milhão de trabalhadores em um trimestre, diz IBGE

O comércio foi o setor que liderou a extinção de vagas também no País no trimestre encerrado em maio, com 1,983 milhão de demissões em relação ao trimestre terminado em fevereiro. As dispensas foram recordes em oito das dez atividades econômicas pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.