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Região colhe a maior safra de soja dos últimos tempos

O resultado obtido nas lavouras de soja dos Campos Gerais na safra 2016/17 não poderia se diferente do nacional, marcado por recorde. A região colheu 2,09 milhões de toneladas, o maior volume dos últimos anos, perdendo apenas para o período 2012/13, quando saíram das propriedades rurais 1,95 milhão de toneladas. Já em relação à safra 2015/16 a atual é 6,89% maior. Os números são do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Apesar do incremento na produção, a área plantada regionalmente (18 municípios) foi reduzida, passando de 557.200 hectares na última safra para 536.865 nesta, redução de 36,59%.

O que explica o acréscimo na produção é a produtividade, a maior dos últimos dez anos. Se na safra 2007/08 a média foi de 3.476 quilos por hectare, agora a rentabilidade é de 3.894 quilos por hectare, 28,26% superior. Na comparação da safra atual com a de 2015/16 o incremento chega a 14,05%.

O economista do Deral em Ponta Grossa, Luís Alberto Vantroba, comenta que engenheiros agrônomos, com 20 anos de atividade, estão admirados com tamanha produtividade.

Para o economista, três fatores explicam a boa colheita: pesquisa, tecnologia e condições climáticas. Em relação às chuvas ele observa que elas ocorreram “na hora certa”.

Enumera as novas tecnologias empregadas no campo junto ao correto manejo do solo, a condução das lavouras e a assistência técnica.  “Nossa região se preocupa com o solo, que é à base de tudo. Se não cuidar, a produtividade começa cair”, alerta.

Em termos de pesquisa ele comenta sobre o bom trabalho que vem sendo feito, culminando com o lançamento de novas sementes.

Cuidados com o solo e uso de tecnologia vêm garantindo a produtividade

Foto: Arquivo

Comercialização atinge 50% da produção

Produto de consumo internacional, a soja vem sendo comercializada a passos lentos. “Não por causa da grande produção, mas do preço”, explica o economista do Deral, Luís Alberto Vantroba.

Ele comenta que os produtores que fizeram venda antecipada conseguiram preços melhores. No final de maio, o preço de balcão girava em torno de R$ 62 a saca de 60 quilos. Cerca de 50% da safra está comercializada.

Vantroba calcula que em anos anteriores, neste mesmo período, entre 60% e 70% da produção estava vendida. O que não faltou foi problema com armazenagem. “Os produtores tiveram que correr atrás. Prudentópolis procurou espaço nos armazéns de Ponta Grossa, algumas cooperativas conciliaram devido ao grande volume, mas ainda deu para contornar a situação. Nos últimos anos, o Banco do Brasil ofereceu financiamento para construção de silos e várias propriedades ampliaram ou construíram”, lembra.

O produtor, Lourenço Zapotoczny, comemora o resultado que obteve com a soja. “Choveu na época certa”, fala. Ele optou por vender metade da produção e aguardar para ver o que acontecerá com a cotação. “Vendemos para pagar as contas”, diz. A safra restante está armazenada em uma cooperativa, que será vendida no momento em que ele se preparar para a próxima safra.

Soja

Indústrias de PG embarcaram 1,05 milhão de quilos no quadrimestre

As indústrias de Ponta Grossa embarcaram 1,05 milhão de quilos de soja no primeiro quadrimestre de 2017, o que corresponde a uma exportação de US$ 400 milhões. Foram embarcados não apenas grãos, mas resíduos sólidos provenientes da extração do óleo e o próprio óleo.

Segundo o delegado da Receita Federal em Ponta Grossa, Gustavo Horn, “hoje a soja e derivados representa quase que 80% das nossas exportações totais do ano”, observa.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa e do Núcleo Sindical Rural dos Campos Gerais, Gustavo Ribas Netto, dois fatores explicam o volume exportado com soja neste ano: armazenagem e supersafra.

O presidente observa que a falta de locais para armazenamento é um problema constante. “A capacidade de armazenagem no Brasil é inferior à produção. A capacidade estática precisa ser maior. Fizemos a maior safra da história, mas isto impacta na necessidade de armazenagem”, comenta Ribas.

Já a safra recorde, segundo o presidente, chegou com margem pequena ou negativa para o produtor, que está tendo que embarcar a soja porque o navio já está contratado.

 

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