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Reservatórios de água estão em níveis críticos em PG

O intenso período de estiagem, aliado com as altas temperaturas e a pandemia do novo coronavírus, reduziu de forma considerável os níveis dos reservatórios responsáveis pela captação de água em Ponta Grossa. Informações da Sanepar apontam que, nas últimas semanas, o nível da água da represa do Alagados, responsável pela captação de 30% da água na cidade, girou em torno de 7,5 metros. O número representa 2,5 metros a menos que o considerado ideal que é 10 metros.

Foto: Fábio Matavelli

Segundo a empresa, este nível é considerado crítico. “Se não chover até o dia 20 de abril, ficaremos ainda mais abaixo deste nível crítico”, aponta Jeanne  Schmidt, gerente geral da Sanepar, região Sudeste.

Já o Rio Pitangui é responsável pela captação de 70% da água no município mas, por conta do baixo nível, opera com apenas 60% da sua captação. “O nível do Alagados influencia diretamente no volume do Pitangui e, por conta desta questão, estamos elaborando um plano de contingência dar conta de continuar abastecendo toda a cidade”, explica Jeanne.

Aumento do consumo

A gerente explica que hoje existem dois problemas que influenciam os baixos níveis dos reservatórios. “Percebemos aumento do consumo em relação aos anos anteriores pelo fato de estarmos com temperaturas mais elevadas aliado à falta de chuvas na cidade. Além disso, a pandemia do novo coronavírus contribuiu de maneira significativa para esse crescimento”.

Foto: Fábio Matavelli

Um levantamento da Sanepar, a pedido da reportagem do DC, mostrou que, em março de 2019, o volume de produção foi 81,709 milhões de litros de água por dia. Em comparação ao mesmo período deste ano, o volume de produção aumentou para 87,785 milhões de litros/dia, registrando um aumento de 7%. Já em fevereiro deste ano, foram produzidos 80,060 milhões de litros/dia, 8,8% a menos que o volume de produção registrado em março.

Condições de abastecimento

Segundo Jeanne, o consumo de água foi mais considerável na primeira quinzena de março em relação a segunda. “A primeira semana de março foi bastante crítica em relação ao abastecimento na cidade. O volume de 87,7 milhões da produção é praticamente o que o nosso sistema é capaz de produzir. Hoje estamos operando com 100% do volume que temos hoje, ou seja, o que nós produzimos, nós entregamos”, reforça. 

A Sanepar tem hoje, somente em Ponta Grossa, 115 mil ligações de água e 142 mil economias de água, ou seja, um prédio equivale a uma ligação, mas cada apartamento representa uma economia. 

Nesta semana, o Ministério Público do Paraná solicitou aos órgãos responsáveis pela gestão dos recursos hídricos do estado informações a respeito das condições de abastecimento dos municípios, bem como das medidas que vêm sendo adotadas para o enfrentamento a uma possível crise hídrica.

Dirigidas ao Instituto Água e Terra (IAT), à Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e à Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), as comunicações objetivam garantir a adoção prévia de providências que minimizem os efeitos do período de estiagem, situação que pode se tornar ainda mais grave considerando as medidas de enfrentamento à pandemia de coronavírus (Covid-19).

Foto: Fábio Matavelli

Obras emergenciais

Para que a população não fique desabastecida, a Sanepar garantiu que elabora um plano contingencial para dar conta do aumento do consumo. “Uma das obras é a recuperação da barragem de nível no Rio Pitangui. Nós instalamos um sistema online de controle para gerenciar esse nível 24 horas por dia, diretamente do nosso centro de controle operacional”, informou a gerente.

Outra medida é um planejamento junto a Copel no sentido de otimizar a água da represa do Alagados. “A Copel já não está utilizando a água do Alagados para fazer a geração de energia. As comportas estão reguladas de forma que só passe água suficiente para que chegue até o Pitangui”.

A Sanepar também prevê uma ação emergencial para conseguir captar água dos níveis mais baixos do Alagados. “Trata-se de uma captação de baixo recalque, no sentido de conseguirmos captar água abaixo de sete metros e, dessa forma, continuarmos abastecendo toda a cidade”, finaliza Jeanne.

 

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